João Pessoa, 29 de março de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A três semanas do início das eleições presidenciais na França, o cenário parece ter dado uma reviravolta a favor do atual presidente, Nicolas Sarkozy. Na última semana, o conservador cresceu nas pesquisas e conquistou o primeiro lugar no primeiro turno em cinco de oito sondagens liberadas recentemente — apesar de continuar perdendo na votação final para o socialista François Hollande, até então dado como vencedor certo por analistas. Os resultados podem mostrar uma tendência de crescimento a favor do presidente.
Os institutos CSA, Sofres, Ifop, Opinion Way e Harris Interactive colocam Sarkozy na frente no primeiro turno, com uma diferença de 30% contra 26% sobre Hollande. Em um segundo turno entre os dois, o resultado muda: 53% contra 47% para o socialista. As pesquisas divulgadas por Ipsos, BVA e LH2, no entanto, continuam dando a liderança para Hollande, mas a diferença entre os dois candidatos diminuiu em todas as sondagens divulgadas nesta semana. Uma enquete feita pelo diário "Le Figaro" mostra que 74% dos leitores acreditam que o socialista vai perder as eleições para Sarkozy. Enfraquecido pela ofensiva da campanha de seu rival e pelo crescimento do candidato de extrema-esquerda Jean-Lu Mélenchon — que aparece com 13% nas pesquisas — Hollande, no entanto, resiste em mudar sua estratégia eleitoral, afirma o jornal francês "Le Monde".
O crescimento de Sarkozy é atribuído por analistas à postura do presidente diante dos matanças em Toulouse dias atrás, quando o atirador Mohammed Merah matou três militares franceses, três crianças judias e um rabino. Com um discurso duro e ao mesmo tempo conciliador, Sarkozy aposta em segurança e contorle da imigração, dois temas confortáveis para o presidente. Na semana passada, após a tragédia, o conservador prometeu medidas contra a apologia ao terrorismo e pediu a união nacional, alertando para o perigo de associar todos os islâmicos aos assassinatos do extremista franco-argelino.
Mais autoconfiante, presidente assume postura de vencedor em comício
Em um comício no sul da França nesta quinta-feira, Sarkozy adotou uma postura de vencedor. No início do ano, entretanto, o discurso era outro. Em um tom conformado, o conservador já falava em sua carreira política após uma possível derrota e chegou a anunciar a jornalistas sua aposentadoria da vida pública. Nesta manhã, em Gard, Sarkozy se disse "feliz" com a campanha e minimizou o resultado das pesquisas que o colocam em segundo lugar.
— Não estou nem otimista nem pessimista. É melhor ganhar dez pontos em cinco semanas do que perdê-los — disse o presidente. —A mudança somos nós. Todas as novas ideias são nossas.
O Globo
OPINIÃO - 22/11/2024