João Pessoa, 16 de dezembro de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A oposição na Câmara de João Pessoa cumpriu seu papel, cobrou presença dos empresários da New Life e dos secretários da Prefeitura na sessão que debateu ontem a denúncia de supostas irregularidades no pagamento de livros. Os governistas também, porque não fugiram, compareceram ao contraditório e não obstaculizaram em nenhum momento a realização de tão aguardada sabatina.
Tirando o espetáculo protagonizado por Daniel Cosme, que abusou ao chamar à tapa o vereador Zezinho do Botafogo, a sessão serviu para tirar da toca o tal Pietro Félix. Entretanto, Daniel se entrelaçou em contradições. Primeiro, a conta de Santa Luzia, que o Banco do Brasil desmentiu, era do Fundeb. Agora, Cosme mudou e atribuiu a propriedade a um morto, conhecido por Lolinha.
Daniel diz que não tinha sociedade com Pietro, depois afirma que este foi designado por aquele para representá-lo na licitação. Na sessão, Pietro exibiu um cartão da conta corrente conjunto em nome da empresa Daniel Gonçalves e dele próprio. Das duas, uma: ou Pietro é um fino falsificador, com talento para enganar instituições insuspeitas como o Banco do Brasil e Junta Comercial, ou Daniel, frustrado nas suas pretensões, virou ator ardil capaz de transformar briga pessoal em novela política.
Parentesco –
Pietro voltou a instigar o rival ao perguntar qual era a verdadeira ligação familiar de Daniel com o secretário de Educação de Campina Grande, Flávio Romero Guimarães.
Desafio –
Cosme colocou sigilo bancário à disposição e desafiou os secretários Alexandre Urquiza, Coriolano Coutinho e o presidente do PSB, Edvaldo Rosas, ao mesmo.
Avaliações ao final da guerra –
Logo após o fim da fervente sessão, a oposição se reuniu para avaliar o saldo dos depoimentos. Os oposicionistas viram como ponto alto o fato de Daniel apontar suposta movimentação de conta corrente de uma pessoa já falecida na cidade de Santa Luzia. Os vereadores acham que identificaram uma “quadrilha” no serviço público.
Governistas ressaltam contradições –
Já a avaliação dos governistas foi completamente diferente. Consideraram que Daniel Cosme saiu desmoralizado da sessão, porque não conseguiu provar em nenhum momento qualquer irregularidade no pagamento e nem mostrar prova da existência de “caixa-dois”.
Indigestão no almoço –
Por coincidência ou azar, os vereadores Marcus Vinicius (PSDB), Tavinho Santos (PTB) e Fernando Milanez (PMDB) foram almoçar no mesmo restaurante em que estavam Coriolano e Rosas. Por previdência, os dois grupos sentaram em pontos extremos do Cassino.
Bastidores –
Por duas vezes, ao ser confrontado por Pietro, Daniel se retirava do plenário, se dirigia a determinado gabinete parlamentar e voltava instantes depois. Provavelmente com a resposta.
Preparativos –
Antes de adentrar o plenário, Daniel Cosme se reuniu por cerca de 15 minutos no gabinete do vereador Fernando Milanez, líder da oposição. De lá, saiu para ler seu discurso.
Surpresa –
Pelo o que a coluna apurou, apesar do convite, os vereadores governistas e oposicionistas não contavam com a presença de Pietro Félix no recinto. Nem o ex-sócio Daniel…
Calhamaço –
Pietro passou todo tempo na sessão com pilha de documentos e papéis na mesa. Antes, só entrou no estacionamento da Câmara quando teve a certeza de que o rival já estava no plenário.
Insistência –
O deputado Anísio Maia (PT) persiste no pedido da CPI dos Livros. “O caso envolveu o governador e diz respeito à Assembléia”, justificou, enquanto aguarda uma posição da Mesa.
Reciprocidade –
O governo já sabe a fórmula para lidar com a disputa de aliados em cidades-pólo. “Vamos ser corretos com que foi correto com a gente”, indicou o secretário Nonato Bandeira.
Descartado –
O líder do governo, Hervázio Bezerra, não sinaliza qualquer acordo para aprovação do dispositivo das emendas, de autoria do deputado Vituriano de Abreu (PSC), endossada pela oposição.
Competência –
“A previsão de recursos do Orçamento não pode ser alterada e não pode existir fixação de valor”, justifica Hervázio, reconhecendo boa vontade de Vituriano, mas inviabilidade legislativa.
Telespectador –
Piadinha que se fez ontem na Assembléia. A falta de Adriano Galdino (PSB), flagrado
na quarta assistindo o jogo do Santos, terá sido para assistir o desempenho do Barcelona?
Passando a bola –
Em Sousa, os ex-deputados Leonardo e Marcondes Gadelha, do PSC, tiraram o corpo fora e descartaram candidatura a prefeito. Pelo jeito, vai sobrar para o primo André Gadelha (PMDB).
PINGO QUENTE – “Agora chegou a vez de Cássio”. Do deputado Antônio Mineral garimpando em defesa do fim da Era Cícero Lucena no comando do PSDB da Paraíba.
*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba
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OPINIÃO - 22/11/2024