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IZA detalha novo trabalho ‘Afrodhit’ e fala da carreira

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publicado em 16/09/2023 ás 17h51
atualizado em 16/09/2023 ás 18h30

Kubitschek Pinheiro

Fotos – MarVin

A cantora e compositora IZA, após um intervalo de cinco anos, lançou o segundo álbum de estúdio: “Afrodhit”, com canções que falam sobre o tempo, as experiências de amor vividas pelas mulheres, suas referências da história da arte e da mitologia. o selo é Warner.

IZA tira o fôlego dos fãs e dos usuários do Instagram vidrados na performance de “Afrodhit” IZA surge fatal de deusa retratada em “O Nascimento de Vênus” de Sandro Botticelli. Os cliques foram feitos pela dupla MAR+VIN, composta por Marcos Florentino e Kelvin Yule, que ascenderam no mercado de moda, mas hoje também conquistaram seu espaço nas artes visuais e são representados pela Galeria Mario Cohen. 

Seja como Afrodite na mitologia grega, ou Vênus na crença romana, a divindade era vista como o auge da beleza, sendo capaz de seduzir qualquer homem ou outro deus, IZA mexe com a cabeça dos inúmeros fãs.

IZA consegue alçar voos  e se mantém poderosa, se estabelece como ícone de beleza ao disseminar imagens do corpo real de uma mulher negra, rompendo todos os ciclos.

O clipe “Fé nas maluca”, conta com a direção criativa da artista Nídia Aranha. A história apresentada no vídeo confabula a vingança da “Mulher de Pedra”, uma deusa encontrada em um garimpo e explorada por homens que comercializam as pedras preciosas de suas unhas e umbigos. Logo nas primeiras cenas, vemos IZA tomando banho de bacia e mais uma vez, posando como a Vênus de Botticelli, que emerge do mar.  O videoclipe Fé Nas Malucas tem uma persuasão da parceria de IZA & Felipe Sassi fez história na indústria dos videoclipesNa letra, no canto, Iza dispara – ” Nem todo artista é louco, meu drama ainda é pouco Vem com processo que eu vou com trabalho”

Já no visualizador de “Mega da Virada”, temos uma escultura inspirada na Vênus de Willendorf, considerada uma das primeiras representações femininas na arte. A pequena estatueta pré-histórica é notavelmente voluptuosa, com ênfase nos seios, quadris e ventre. 

Em entrevista ao MaisPB a cantora fala do disco,  de todas as faixas, fala palavrões e  mostra que ela pode ser  a Afrodite brasileira, que fala e canta o que bem quer.

MaisPB – Iza o quanto esse disco Afrodite tem de você e o quanto você se sente representada por ele?

IZA – Afrodite é cem por cento eu, é um álbum em que me reencontrei como artista. Eu passei por um processo de evolução, para conseguir falar sobre coisas que aconteceram, de coisas que eu não me sentia confortável pra falar anteriormente.

 MaisPB – Que tipo de coisa?

IZA – Falar de sexo mais explicitamente. Estou vivendo um momento muito especial, de criatividade, e isso é muito incrível. Esse álbum foi feito com muitas pessoas que eu admiro, com muitas mulheres, é o álbum mais feminino  eu já fiz, desde que fiz Dona de Mim.

 MaisPB – Como foi que chegaram aos nomes, com quem queria trabalhar em Afrodite?

Iza – O Douglas é de São Paulo, meu parceirão e eu sabia a música que iria fazer. Começamos a pensar em vários nomes e ele começou a me falar de pessoas com quem ele já tinha trabalhado. Ele e eu definimos a equipe. Pensamos tudo junto, nomes de produtores e que bom que todo mundo topou. Deu uma liga muito boa, principalmente entre eu e as meninas, eu amo a Laika, Gen e a Kinge Foi muito terapêutico trabalhar com elas.

MaisPB – Você traz vários ritmos em  “Afrodhit”. Tem algo que se diferencia dos discos anteriores, se ele é mais você, o que tem de diferente. E tem o ritmo baiano, com participação de Russo. Conta pra gente aí?

IZA – Sempre foi um sonho meu gravar com Russo, eu sou muito fã do BaianaSystem. Foi um presente fazer essa música com ele, quando compomos Mega da Virada e o primeiro nome que veio foi dele. Eu estou muito feliz e mal espero para cantar na Bahia. Afrodiite é um disco diferente do que eu já tinha feito, porque estou me sentindo mais segura. As músicas do disco “Dona de Mim”, foram muito importantes pra mim naquele momento, porque eram canções de se levantar, de correr atrás, de se reerguer. Não são todos os sentimentos que a gente tem, que precisamos compartilhar com as pessoas e eu me sinto evoluída nesse sentido. No final das contas eu quero provocar uma sensação em vocês.

MaisPB – O que deu pra gente ouvir no Afrodite, é que é um disco de muitos gêneros musicais, desde o funk, o rap – como você decidiu explorar essas referências, estilos e como isso se conecta com o novo?

IZA – Na verdade, não foi uma coisa muito pensada, eu não pensei em ir direto num ritmo. Eu ouvi muito e nunca lancei nada assim. Eu gosto muito do funk, uma das coisas mais incríveis que o Brasil já desenvolveu. Eu não tinha encontrado meu caminho relacionado a isso. Surgiu, naturalizante. Foi uma conjuntura de coisas. Afrodite acabou acontecendo. As coisas se comunicam com as outras. Eu me apossei mesmo do ritmo afrobeat e meu disco é muito mais que isso, é música preta

MaisPB – Na música “Que Se Vá”, você fala de um momento de libertação… virada de página

IZA – Eu falei da virada de paz, uma virada de fé, nesse sentido Eu não sabia se as rádios iam tocar minha música, não sabia se as pessoas iam gostar, iam entender meu trabalho. Essa música acabou mudando de forma e perspectiva – se eu lançar uma coisa que desagrade as pessoas, prédios não caem, capelas não se abrem no chão, enfim, a vida segue. Pra mim essa foi a virada de chave, mas “Que Se Vá”, em específico, é uma música bem dividida, eu compus com as meninas – mas não necessariamente tudo que eu fala na música aconteceu comigo, e isso é foda.

MaisPB – São expressões, manifestações, né?

IZA – De cada um, um artista plástico, um escultor, se eu fosse uma artista de performance eu poderia parar na Avenida Paulista e sair pelada, levantar com a mão, eu podia fazer qualquer coisa, mas eu sou cantora, e fiz essa música e foi muito divertido, é afro bec. misturado com funk. E acho que muitas mulheres vão se reconhecer com ela.

MaisPB – Como está sendo essa rotina, de nova era, novo álbum, muitos ensaios

IZA – Tá desse jeito, arrancado a calcinha e levantando cabeça, muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, e fico me fiz porque me envolvo no trabalho em 100%

MaisPB – Como foi a construção da sonoridade, que nos remete ao misticismo, a mitologia grega, e além de ser a cara da Iza?

IZA – Eu vou falar então de como surgiu a ideia de Afroditre, eu sempre quis contar a história de um ser, que seja esquisito, não fosse nem humano nem extraterrestre, um ser que fosse diferentão. Eu sempre quis contar uma história assim, de um ser fosse esquisto, eu quis dar um rolê aqui e chegou acontece nos próximos capítulos veremos

MaisPB – Afrodite fala do encontro com o amor, o que você tem a dizer às pessoas que estão ouvindo seu disco e se encontrando novamente com o amor?

IZA – Que elas sintam vontade de se apaixonar. Essa música é uma das que eu mais gosto do álbum, gosto dessa sensação de se apaixonar, de querer alguém. É muito gosto ter uma relação saudável com o sexo, quando você está tendo no prazer no sexo, indica que vocês se conhecem, se respeitam.