João Pessoa, 26 de março de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Manifestantes recordaram nesta segunda-feira (26) o primeiro mês do assassinato do adolescente negro Trayvon Martin, morto por um vigilante na Flórida. O caso reabriu as feridas das tensões raciais e provocou um escândalo nacional nos Estados Unidos.
A concentração dos manifestantes ocorreu na tarde desta segunda-feira no Centro Cívico de Sanford, centro da Flórida, 400 km ao norte de Miami. O objetivo era levar um abaixo-assinado, que ultrapassou duas milhões de assinaturas, e que exigia a prisão e condenação do vigilante voluntário George Zimmerman, de origem hispânica, que deu o tiro fatal em Martin no dia 26 de fevereiro.
As manifestações são lideradas pelos pais de Martin, Martin Tracy e Sybrina Fulton, assim como pelos líderes da luta pelos direitos civis Al Sharpton e Jesse Jackson.
A eles se juntaram Ray Lewis e Santonio Holmes, duas estrelas do esporte mais popular do país e o preferido de Trayvon Martin, o futebol americano.
A petição lançada na internet pelo grupo ativista Change.org será entregue ao prefeito da cidade e aos vereadores para exigir que George Zimmerman, 28 anos, cuja mãe é peruana, seja investigado e acusado pela morte de Martin.
Legítima defesa
Zimmerman afirmou que fez o disparo em legítima defesa, após uma briga que aconteceu entre eles em um condomínio privado de Sanford, onde o pai do adolescente tinha ido visitar uma amiga.
O jornal The Orlando Sentinel informou nesta segunda-feira que Zimmerman contou à polícia que Martin resistiu, pulou em cima dele e bateu em sua cabeça várias vezes.
Zimmerman não fez declarações públicas e seu paradeiro é desconhecido, mas várias testemunhas confirmaram a sua versão ao jornal de Orlando. Os pais e colegas de Martin têm descrito o jovem como um menino tranquilo.
Uma ligação para o telefone de emergência 911 no dia do incidente e divulgada na semana passada revelou que Zimmerman suspeitava do jovem por razões obscuras. O operador recomendou que não fizesse nada e esperasse as patrulhas da polícia. Quando a polícia chegou, o jovem já havia sido baleado.
A falta de registro de ameaças no caso, atraiu a ira da comunidade afroamericana no país ao suspeitar que o preconceito racial prevaleceu e abriu um debate sensível, no qual até o presidente Barack Obama foi incluído.
Nesta segunda-feira em uma escola do subúrbio de Miami, onde Martin vivia com sua mãe, centenas de estudantes foram ao colégio com casacos com capuz iguais ao utilizado pelo jovem no dia do homicídio e fizeram um protesto silencioso.
G1
OPINIÃO - 22/11/2024