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Educador Físico,  Psicólogo e Advogado. Especialista em Criminologia e Psicologia Criminal Investigativa. Agente Especial da Polícia Federal Brasileira (aposentado). Sócio da ABEAD - Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas e do IBRASJUS - Instituto Brasileiro de Justiça e Cidadania. É ex-presidente da Comissão de Políticas de Segurança e Drogas da OAB/PB, e do Conselho Municipal de Políticas sobre Drogas do município de João Pessoa/PB. Também coordenou por vários anos no estado da Paraiba, o programa educativo "Maçonaria a favor da Vida". É ex-colunista da rádio CBN João Pessoa e autor dos livros: Drogas- Família e Escola, a Informação como Prevenção; Drogas- Problema Meu e Seu e Drogas - onde e como lidar com o problema?. Já proferiu centenas de conferências e cursos, e publicou dezenas de artigos em revistas e livros especializados sobre os temas já citados.

PREPARAÇÃO PARA A APOSENTADORIA

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publicado em 26/09/2023 às 07h00
atualizado em 25/09/2023 às 18h50
Senior couple using a laptop while doing some paperwork a finances at home

Impulsionado pelo convite de um amigo para uma confraternização da sua aposentadoria dos quadros da Polícia Federal Brasileira, decidi escrever este texto em homenagem, não apenas ao ilustre amigo já referido, mas também aos trabalhadores e trabalhadoras que, como eu, estão aposentados(a)s ou em vias de se aposentar.

Com o avanço da Ciência e o consequente aumento da expectativa de vida dos seres humanos, o envelhecimento da população mundial é uma realidade que desafia todos os segmentos sociais, exigindo destes não só adaptação a esta nova realidade, mas também uma profunda mudança de conceitos em relação a essa faixa etária populacional, garantindo-lhe produtos, serviços, políticas sociais, programas assistenciais etc.

Por outro lado, todos precisam se preparar para esta fase da vida, em que as relações sociais, como, amor, família, amigos etc., continuam sendo muito importantes. Além deste aspecto, este público não deve esquecer de atividades ocupacionais que também continuam sendo essenciais, dentre estas aquelas voltadas para as áreas educacionais, culturais, recreativas, trabalhos voluntários e outras.

O(a) trabalhador(a) brasileiro(a) não tem o hábito de se preparar para a aposentadoria e, quando o faz, se preocupa apenas em relação ao aspecto financeiro, esquecendo os demais fatores que inevitavelmente intervirão em sua vida de aposentado(a).

Segundo a gerontóloga Nara Costa Rodrigues, (foto) “…nesta fase da vida, a pessoa precisa se perguntar: o que gosto de fazer? O que gostaria de ter feito, mas não tive tempo? O que sei fazer? O que gostaria de aprender?”.

Vejo como sábios os ensinamentos dessa profissional pois, certamente, a partir deste autoquestionamento, ficará bem mais fácil para o cidadão ou cidadã aposentado(a), planejar os primeiros e próximos passos desta nova e importante fase da sua vida.

É salutar admitir que o nível cultural, social, financeiro etc., influenciam a vida do indivíduo após o ingresso na aposentadoria. E, assim sendo, o advento da inatividade laboral oficial poderá ser motivo de alegria, ou mesmo de preocupações e contrariedade, a depender destes aspectos, bem como da personalidade do indivíduo, do seu relacionamento com os diferentes grupos sociais com os quais se relacionou dentro e fora do trabalho e do apoio da sua família.

Normalmente três grupos sociais são afetados pela aposentadoria de um dos seus membros: a família nuclear (esposa, filhos); o grupo de trabalho e o grupo de amigos das relações externas (recreativas, esportivas, religiosas, culturais etc.). Assim, a aposentaria normalmente requer um novo esquema de relações com estes grupos.

É comum o(a) aposentado(a) ou aquele(a) que está prestes a se aposentar ser acometido de ansiedade, motivado por preocupações como a perda da ocupação cotidiana, a redução de ganhos financeiros, a possível diminuição de relações habituais e a queda de status no seio familiar e na sociedade.

Com a aposentadoria, o lar passa a ter, para o homem em especial, uma função mais importante que durante a vida de trabalho. Digo para o homem porque na nossa cultura este ambiente já é do domínio da mulher, uma vez que a administração normalmente recai sobre ela. Portanto, esta, mesmo tendo trabalhado fora de casa, se adaptará mais facilmente. Por isso é importante que o aposentado encontre um espaço favorável e acolhedor no lar, onde possa permanecer durante horas sem se sentir um estorvo.

Dentre as estratégias para ajudar nesta adaptação a esta fase da vida, arrisco sugerir algumas: a adoção de um animal de estimação pode ser uma destas. Estes podem ser uma boa companhia e até terapia para aposentados(as), que gostam deles, e que já não contam mais com a companhia de filhos ou outros familiares; a adesão a um trabalho voluntário, de ajuda comunitária, também poderá ser uma ótima opção para dar sentido à vida e alimentar a sensação de continuar sendo útil à sociedade; o aprendizado de um novo idioma, ou de uma nova profissão, cujo trabalho seja prazeroso para este(a), etc.

Outro aspecto importante a ser lembrado, se refere aos cuidados com a saúde, pois o bem viver nesta nova fase, estará intimamente relacionado ao bem estar físico, psíquico e social, e tal conquista dependerá em grande parte da motivação e ações da própria pessoa.

Por tudo isso é importante que empresas públicas e privadas, bem como as associações e sindicatos das diferentes categorias profissionais, ajudem nesta tarefa, promovendo cursos, palestras, oficinas, orientações etc., que visem preparar e apoiar seus prepostos ou filiados para uma aposentadoria saudável e produtiva.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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