João Pessoa, 26 de setembro de 2023 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Queria escrever pior, mais direto impossível, mais duro. É difícil viver com gente, muito difícil – qualquer coisa que arranhasse o pensamento de quem cria animal em apartamento e quando sai de casa para trabalhar ou festejar deixa ele na varanda, de um edifício alto. Todo domingo acontece isso em frente a nossa casa.
São pequenas pessoas que possam de boas, devem chamar o cachorro de meu bem, mas não é só casa e comida que faz um animal feliz.
Queria também ser pior, ser menos sensível, menos acessível, não posso deixar de ser alguém que assisti a isso calado, que essa cena também incomodasse os donos do cão.
Artimanha de gente que toda noite desce para andar com o cachorro, como se fosse um troféu, nas mãos sacos de plásticos para não deixar a calçada suja, mas deixa o animal preso na varanda estressado.
Queria chega e bater na porta, pedir uma audiência, conversar com nos donos e não estar aqui escrevendo esse texto. Onde fica esse prédio? Em frente a minha casa. Tenho pedras, mas não atiro. Minha atenção se fixa na mensagem do bem.
Não sei porque as pessoas não mudam, pelo menos com elas mesmas. Se não consegue criar o cachorro num apartamento, coloca para adoção, deixa o animal sentir a terra. O cão foi caro? Tenta revender como se fosse um produto, um carro, mas não deixe o animal preso numa varanda num dia de domingo.
Um cão a ladrar, uma voz sumindo num domingo mais chato do que nunca, expandido seu choro pela rua e ninguém faz nada.
Uma música velha do Roberto no meu coração, do cachorro que sorrir latinto, as nossas distrações, o sumário sagrado do sossego tão perto do fim do mundo. Te dana
Kapetadas
1 – Nem o calculista está conseguindo ser frio, diante de tantos expurgos.
2 – Ouvir dois lados, antes de validar quem não vale nada.Tô fora.
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OPINIÃO - 22/11/2024