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cinco mortes em três dias

Feminicídio: casos podem ser evitados com ajuda da população; entenda

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publicado em 10/10/2023 ás 08h03
atualizado em 10/10/2023 ás 09h24

Os cinco feminicídios em três dias na Paraíba levantou, mais uma vez, o alerta da violência contra a mulher no estado. Nesta segunda-feira (9), um homem assassinou sua ex-esposa com golpes de pecheira, em Guarabira, e tentou se suicidar em seguida. Polícia Civil e Governo do Estado reforçam estratégias e mecanismos para diminuir a quantidade de mulheres mortas.

+Mais uma mulher é morta na Paraíba; caso é o quinto desde a última sexta-feira

Segundo a delegada Sileide Azevedo, coordenadora das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deam), um dos elementos fundamentais é a percepção de que a mulher está sendo violentada. E não precisa ela estar morta para perceber. Um cônjuge extremamente ciumento, controlador e agressivo são sinais claros de que um caso de femincídio pode ocorrer.

“Nós percebemos que o feminicídio não é a primeira ação violenta do agressor contra a vítima. É a culminância de outras ações. Então, nós podemos, sim, intervir nesse círculo e ajudar essa mulher, para que se reconheça ou tenha forças, e sair do círculo da violência, evitando o feminicídio”, relatou a delegada.

Para essa jornada, o vizinho, o parente, o motorista de ônibus ou qualquer outra pessoas pode e deve ficar atento aos sinais, como humilhação em público, raiva exagerada, marcas de agressão. Sileide ressalta que a participação da comunidade é importante neste processo de prevenção de uma possível morte.

“Muitas vezes nós identificamos que a mulher não se percebe no ciclo da violência ou não reúne condições para denunciar o agressor, porque por vezes depende economicamente e afetivamente do agressor. É ameaçada… Então, não reúne condições para denunciá-lo”, disse Sileide Azevedo.

Após essa definição e conclusão de que a mulher está inserida no ciclo da violência, a Paraíba oferece alguns mecanismos, para que casos como de Guarabira não aconteçam. O SOS Mulher, a Patrulha Maria da Penha e a união existente das Forças de Segurança do estado ajudam a cuidar da vítima de violência e recolocá-la dentro da sociedade, desta vez sem o companheiro.

“Assassinato frio” em Bayeux

Encaminhado para a Penitenciária Flósculo da Nóbrega (Presídio do Róger) em João Pessoa, o guarda municipal Marcos Antônio Alves, de 42 anos, teve sua prisão preventiva decretada nesta segunda-feira. Ele é acusado de assassinar a esposa Lidijane Maria da Conceição, de 41 anos, com um tiro na cabeça.

A polícia encontrou o corpo de Lidijane, que, de acordo com os primeiros relatos de Marcos aos agentes, havia cometido um suicídio com uma pistola 9mm. No entanto, a perícia reconheceu que ela foi assassinada, a partir de um tiro que veio de baixo pra cima, saindo do maxilar, algo que seria complicado para uma pessoa destra.

Aliado a isso, Marcos Antônio já responde judicialmente a três condenações por porte de armas de fogo. Nos autos da decisão, a prisão preventiva se torna necessária para “garantia da ordem pública” e para “impedir novas condutas delitivas por parte do autuado”, disse a juíza Silvana Carvalho Soares.

Denuncie casos de violência contra mulher

Para casos de violência ou assassinatos em flagrante, a população ou a própria mulher pode ligar no número 190, da Polícia Militar. A número 197, da Polícia Civil, também está disponível para quem desejar realizar uma denúncia, assim como o 180, número nacional para denunciar a violência doméstica.

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