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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Fio da meada

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publicado em 14/10/2023 às 07h00
atualizado em 14/10/2023 às 06h22

Madruagada. Morrendo de sono, com a cabeça em Westerbork,  levado pelo HQ “Onde Andará Anne FranK”  de Ary Folan e Lena Guberman, com selo da Record. Isso porque já era pro mundo ter acabado em 2000, mas até ele procrastina.

A princípio, e apesar de se tratar de outra história, não sei como explicar uma nova história, se amanhã tem mais. Esquece. Toda aquela atmosfera do diário de Anne Frank desaparece no deslumbre e fascínio da história de quadrinhos.

Depois da entrevista com Ivete Sangalo, tive um sonho úmido, mas toda vez que a vida “em sina”, a gente busca a resolução final da consciência ou é mesmo provocando que a gente se entende, WG?

Nunca esqueça Anne FranK. Madrugada, tudo em silencio, do viés do pênis ao coração, veio revelar como o porto é inseguro, daquilo que eu pensava.

Outro dia, no LivreMall vi a senhorita Pitanga entre as dez mais elegantes, de mãos dados com seu novo amor, Olavo Bilac, em meio aos deuses sem Deus de Miguel dos Santos: tremi nas bases. Ela chegou perto de mim e disse: “K, esse é meu novo amor”. Tava na cara – ele, vestido com a calça tergal de John Carradine, no filme de “Tudo o que Você Sempre Quis Saber Sobre Sexo Mas Tinha Medo de Perguntar”, de Woody Allen.

Pode falar em sexo aqui? Provoque!

Na verdade, quanto mais penso no intercurso, sou jogado na fogueira, mas eu encaro as labaredas, como um relato bastante desiludido de um admirável mundo feio, prometido, que não encerra sequer, uma ilusão à toa.

A amiga de madame Pitanga, que não parece muito enxerida, recatada também não, passa dias lendo Foucaut para esquecer o retrato falado de Machado de Assis. Ela cria leões de fogo, e é apaixonada pelo missionário Rayovak, mas não é a bailarina sem pentelho, da canção do Chico B, que Maria Bethânia não encarrou.

A conclusão baseia-se em coisas virais, mas não me diga nada – sequer – 33, pois, o  velho K de tão acre face à magnificência insuportável da repetição, já virou Bedel, antes de ser Juiz de Paz.

Pensei na terceira pessoa, a dra, Anne C. Cardinale, tão linda, mas fugiu com seu marido germânico alemão, para um mosteiro longínquo, desterrado, cheio de flores, netos e frutas, queijos e vinhos, bem longe dos tristonhos trópicos de mim.

Onde andará Miss Ercila, a namorada de Riobaldo?

Tomada de tanta religião, a guerra dos sexos perdeu feio para a vontade cruel dos palestinos, afinal, tesão não combina com terrorismo.

O narrador delirante, por ter se metido na história das três marias, termina com mea culpa, minha máxima culpa. Adeus Bananeiras, que vou para o céu, onde cinco virgens me esperam.

Pelo jeito, o sustentável é insustentável.

Kapetadas

1 – Dinheiro não é tudo, mas quem disse que eu quero tudo?

2 – O grande amor da minha vida era eu. Até que comecei a me cobrar por não responder minhas próprias mensagens.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB