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Como conflito no Oriente Médio pode impactar no preço dos combustíveis

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publicado em 18/10/2023 às 19h00
atualizado em 19/10/2023 às 08h20

O impacto e os desdobramentos dos conflitos entre Israel e grupos terroristas instalados na Palestina podem ultrapassar o Oriente Médio e atingir o território brasileiro. A economia brasileira pode ser afetada especialmente nos combustíveis, que sofrem diretamente com os acontecimentos ao redor do mundo, como a própria guerra entre Rússia e Ucrânia, desde o ano passado.

A preocupação é do economista Celso Mangueira, presidente do Conselho Regional de Economia, que ressalta a ineficácia das próprias refinarias brasileiras em conseguir sustentar a demanda nacional do petróleo, que gera gasolina, diesel e outros combustíveis. No entanto, o Irã, um dos maiores produtores de petróleo de todo o mundo, ameaça reduzir a produção no mercado.

“Reduzir a produção significa aumentar preço. O Brasil ainda é importador de diesel e outros produtos derivados e consequentemente vai apertar aqui a economia, pelo aumento do preço e o repasse desse aumento para toda a cadeia produtiva do nosso mercado brasileiro”, disse Celso Mangueira ao programa Hora H, da Rede Mais Rádio.

O conflito entre Israel e Irã gira entorno de diversos fatores, especialmente pelas diferenças geopolíticas, religiosas e territorial. Recentemente, em 2018, os países trocaram mísseis nas Colinas de Golã, território sírio que é ocupado pelos israelitas. A tensão antiga permanece até os dias de hoje, com a possibilidade de iranianos entrarem no conflito, dependendo das próximas ofensivas.

Expectativa de aumento no dólar

Um aumento no dólar obviamente traria consequências diretas ao povo brasileiro, pois o país é um importador em diversas categorias, especialmente em combustível. Num cenário onde o Irã participe mais ativamente do conflito, os únicos que se beneficiariam de uma diminuição na produção e no aumento do valor do barril seriam os exportadores.

“Vamos supor: uma elevação na inflação, e, de repente, o Banco Central achar conveniente elevar os juros básicos da economia: isso é um efeito direto na nossa dívida [do Estado]. O pagamento da dívida tem um peso muito grande na nossa economia. Se elevar os juros, isso impacta a situação econômica do país”, disse Celso Mangueira.

O exemplo mais recente ocorreu no ano passado, na guerra entre Ucrânia e Rússia, esta que é uma das maiores produtoras de gás no mundo e devido às sanções recebidas, cortou a distribuição para a Europa e Estados Unidos. Isso fez com que o preço no mundo todo subisse e desvalorizasse as demais moedas, como o próprio real e o euro.

Leonardo Abrantes – MaisPB

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