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Educador físico, psicólogo e dvogado. Especialista em Criminologia e Psicologia Criminal Investigativa. Ex-agente Especial da Polícia Federal Brasileira, sócio da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas e do Instituto Brasileiro de Justiça e Cidadania. Autor de livros sobre drogas.

A prevenção ao câncer de mama e a saúde mental

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publicado em 24/10/2023 ás 07h00
atualizado em 25/10/2023 ás 20h22

 

        Neste mês de outubro é comemorado o já mundialmente conhecido “Outubro Rosa”, movimento internacional que visa prevenir e detectar precocemente o câncer de mama. Tal iniciativa teve início na década de 1990, quando o símbolo da prevenção ao câncer de mama — o laço cor-de-rosa — foi lançado pela Fundação Susan G. Komen for the Cure e distribuído aos participantes da primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York (EUA).

O Brasil também aderiu a esta importante empreitada pela saúde, e, em novembro de 2018, sancionou a Lei nº 13.733, determinando que anualmente, durante o mês de outubro, sejam realizadas atividades direcionadas à conscientização e mobilização social para a prevenção do mal que mais atinge as mulheres no Brasil e no mundo, que é o câncer de mama. Só no nosso país foram estimados pelos órgãos de saúde pública cerca de 74.000 (setenta e quatro mil) novos casos de câncer de mama em 2023.

A importância e influência dos seios para as mulheres é singular. Estes representam e exercem funções e simbologias diversas como: símbolo da vida na amamentação, da sedução, da feminilidade, da sexualidade, da vaidade e também do empoderamento feminino.

Segundo os especialistas da área de saúde, não existe uma causa específica que justifique o aparecimento do câncer de mama, mas alguns fatores podem influenciar no surgimento deste mal, como a idade, histórico familiar da doença, consumo abusivo de álcool e outras drogas, excesso de peso, menarca precoce (primeira menstruação antes dos 12 anos de idade), terapias de reposição hormonal prolongada, fatores ambientais etc. Portanto, a prevenção é a melhor estratégia. E esta pode ser feita com atitudes como o autoexame pelo toque, exames periódicos com o(a) especialista a partir de 40 anos de idade, prática de atividades físicas, alimentação saudável, controle do stress etc.

As ações e iniciativas educativas preventivas são importantes em todas as áreas da saúde e, em se tratando da prevenção ao câncer de mama, vejo como mais necessárias ainda, haja vista, como já citado anteriormente, a simbologia fisiológica, psicológica e cultural que esta parte do corpo representa para as mulheres. E, assim sendo, o adoecimento ou comprometimento dos seios acarreta para elas, não apenas traumas físicos, mas também emocionais e psicológicos, como baixa autoestima, incertezas, desesperança, ansiedade e até depressão. Por isso, faz-se necessário que não apenas as mulheres, mas que toda a sociedade se envolva e contribua com essa importante iniciativa preventiva do “outubro rosa”.

Convém salientar que, mesmo sendo raro, este tipo de câncer, também pode acometer os homens, representando apenas cerca de 1% do total de casos da doença.

Precisamos nos conscientizar que apesar da importância do “outubro rosa”, tal conscientização e mobilização em relação a prevenção e cuidados relativos ao câncer de mama deve acontecer durante todo o ano, e não apenas neste mês. E assim sendo, sugiro a todas as mulheres, que não apenas “se toquem”, mas que também procurem o(a) médico(a) para um exame, e também convidem as suas amigas, as parentes, as colegas de trabalho, etc, pois só esta corrente de mobilização, solidariedade e ações efetivas será capaz de fazer frente a este mal.

Como bem falou a doutora Edna Frigato, “… que junto com o mês de outubro não termine os cuidados; não cesse o toque; não finalize a prevenção. O mês termina, mas a luta continua. Quem não tem tempo para zelar pela saúde, vai precisar dele para cuidar da doença”.

Reafirmamos que esta é uma causa que exige atenção e compromisso de toda a sociedade, pois os transtornos do câncer de mama não ficam restritos aos aspectos físicos e emocionais das mulheres acometidas deste mal. Tais consequências comprometem direta e indiretamente a saúde mental tanto das pacientes e familiares como de outras pessoas que estão à sua volta. Portanto, além de envolvido(a)s com esta campanha, precisamos estar também comprometidos!

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB