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Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Comércio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

O Nordeste vira a chave

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publicado em 30/10/2023 às 09h59

O momento singular que vive o Nordeste brasileiro foi traduzido em números alvissareiros apresentados em recente estudo da Tendência Consultoria que projeta a região como a de maior potencial de crescimento em todo país no período de 2025 a 2033.

O consistente estudo da competente e prestigiada consultoria, fundada pelo ex-ministro da fazenda paraibano Maílson da Nóbrega, foi fundo, mostrando que a nossa região se sobressai como a bola da vez para atrair vultosos e estratégicos investimentos que proporcionarão um salto socioeconômico que pode transformar e consolidar de vezo Nordeste como uma das regiões mais ricas e prósperas do país.

Com uma projeção de um robusto crescimento médio anual do seu PIB [Produto Interno Bruto] do ano de 2025 a 2033 na ordem de 3,40%,o Nordeste suplanta, neste mesmo período, o pífio crescimento médio do Brasil de 2,50%%,desbanca o Norte e Centro-Oeste com 3,0%, o Sudeste com 2,30%e supera a região Sul, quem diria, na lanterna com sofríveis 2,10%de crescimento.

Segundo esse mesmo trabalho, a virada de chave do Nordeste saindo na liderança puxando o desenvolvimento econômico do país é atribuída à perspectiva de maciços investimentos públicos e privados programados para a próxima década. E não é coisa pouca não. Somente em Pernambuco, a Petrobras vai investir na Refinaria Abreu e lima US$ 8 bilhões juntamente com o grupo automotivo Stellantis que anuncia US$ 1,5 bilhão, já o’Ceará vai receber US$ 830 milhões da empresa Noxis Energy pra implantar uma refinaria no Complexo do Pecém. Dos quase R$ 700 bilhões do Novo PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] para todo o Nordeste, Pernambuco sai na frente abocanhando algo em torno de 100 bilhões de reais.

Afinal, a que se deve a essa virada de chave do Nordeste? Eu creditaria a basicamente a quatro vetores fundamentais que estão impulsionando a arrancada nordestina: energias renováveis, obras de infraestrutura, agronegócio e Turismo.

Energia Renováveis: Com a irreversível transição energética mundial, já em estágio avançado, o Nordeste devido a sua localização estratégica e seu grande potencial para geração de energia solar e eólica hidrogênio verde já desponta para assumir na próxima década, a liderança na produção mundial de energia limpa.

Agronegócio: Eis aqui um dos nossos maiores vetores de desenvolvimento que talvez nem a grande maioria dos nordestinos conheça ou já ouviu falar: MATOPIBA! Isso mesmo estou falando da mais nova fronteira agrícola do país e do mundo, encravada em áreas predominantes de cerrado entre os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia que vem batendo recordes na produção de soja, algodão, milho e café.

Infraestrutura: a conclusão da Ferrovia Transnordestina e ampliação da Refinaria Abreu e Lima, e o avanço no processo de concessão pública a iniciativa privada de projetos de saneamento, aeroportos, ferrovias, portos e rodovias são fundamentais para atração deum alto volume de capital privado fundamental para alavancar o desenvolvimento da região.

Turismo: Uma região que possui maravilhas paradisíacas como Fernando de Noronha (PE), Jericoacoara (CE), Porto de Galinhas (PE), Lençóis Maranhenses (MA), Coqueirinho (PB), com uma gastronomia impar e com um deslumbrante patrimônio histórico e cultural, masque funciona como um motor em marcha lenta que precisa urgentemente ser turbinado por investimentos para alavancar o turismo nordestino.

A convergência destes quatro vetores, aliados a um consistente plano estratégico de desenvolvimento para região é que fará a diferença para que essas projeções de crescimento se confirmem e consolide o antigo, atrasado e estigmatizado Nordeste como o grande puxador do desenvolvimento nacional.

 

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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