João Pessoa, 11 de novembro de 2023 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O que você escolhe? Essa pergunta, assim como o ato de “escolher” nos acompanha durante toda a nossa vida, desde dos nossos primeiros anos. E no caminhar das nossas escolhas, vamos traçando a nossa vida, que reflete perfeitamente o que disse Woody Allen em uma cena do filme Crimes e Pecados: “Nós somos a soma das nossas decisões”. Simples assim.
Desde as escolhas micro, como escolher a roupa que vai vestir ou o que vai comer, às escolhas macro, como a profissão que iremos seguir, a pessoa com a qual dividiremos a nossa vida, em todas, sem exceção, nos apresentam consequências.
Em uma réplica da vida real de um programa de auditório no qual a criança entrava em um foguete de cenário, e a ela eram feitas algumas perguntas tipo se queriam uma bicicleta ou uma panela velha e a criança sem ouvir, fazia sua escolha com um botão que acendia e sinalizada a sua opção. Muitas vezes ter que escolher sem o real poder de análise da escolha, a criança optava pela panela velha e saia muito desapontada por ter errado na sua opção do sim ou não. Portanto, desde cedo aprendemos o sim ou não, o tudo ou nada das escolhas, que ao optar por algo, descartamos a outra opção e assim vamos arquivando as nossas experiencias, que irão nos servir de repertório nossos momentos posteriores.
Diferente da política, na vida não podemos optar pelo “centrão”, pois a cada vez que optamos em seguir o caminho que está na nossa direita, deixamos as possibilidades que nos aguardavam no lado esquerdo, ou seja, a cada escolha, temos ganhos e perdas. No momento em que se escolhe ser advogado, abre-se mão de ser um cantor famoso, ou um piloto de avião, por exemplo.
Em um podcast sobre o amor, ouvi a seguinte definição: “Amar não é escolher uma pessoa, mas abrir mão de todas as outras”. Ou seja, o poder da escolha também está na renúncia das outras possibilidades que viriam da opção não escolhida. Podemos até em alguns momentos de dualidade e insegurança, tentar se abster e não escolher, porém segundo Gary Collins, o ato de não decidir já é em si, uma decisão.
Viver a segurança de um amor tranquilo, como cantava Cazuza, ou se aventurar em paixões de derreter o coração, ter um emprego público com estabilidade ou empreender e buscar o sonho que vem com a instabilidade diária do mercado, são escolhas e como toda boa escolha, trazem ganhos e perdas.
As experiências acumuladas atuam diretamente na mola propulsora do nosso ato de escolher. Por exemplo, pessoas que tiveram experiências amorosas negativas, possivelmente serão mais resistentes à entrega de um novo grande amor, ou até mesmo quem já foi assaltado, terá mais cuidado ao sair à noite de casa. Na realidade, como dissemos no início, somos um somatório de sins e nãos, de direitas e esquerdas, de seguranças e emoções à flor da pele. O que muda são os nossos direcionamentos e os pensamentos que nos norteiam, sempre evidenciando pontos em comum do nosso próprio comportamento e da nossa personalidade.
Tomar um bom vinho no fim semana ou passar horas em uma academia de ginástica podem naturalmente trazer uma sensação inexplicável de prazer, desde que seja uma escolha para a pessoa em questão. Afinal, nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas, elas têm que refletir o que somos, e com todo respeito aos que pensam diferente, Skynner foi muito certeiro quando afirmou que somos estímulo e resposta. Estímulos que nos fazem bem, perduram, e aqueles que nos fazem mal, entram como direcionamento oposto à opções semelhantes.
Obviamente devemos reavaliar decisões, analisar o nosso aprendizado e trocar de caminho, sempre que necessário. Ninguém é o mesmo para sempre e fechar-se a novos caminhos ou bloquear novas experiencias pode não ser a melhor escolha. Pois somos seres mutáveis e em desenvolvimento constante.
Como em um jogo de azar (que tomarei com a licença poética e chamarei jogo de sorte), temos 50% de chance de acertarmos na nossa escolha e 50% de chance de errarmos. Mas a nossa incrível intuição, como alguém que nos sopra ao ouvido antes de um Royal Straight Flush em um jogo de Poker, diz que podemos ir, ninguém nos segura.
A caminhada é longa e o tempo corre na velocidade da luz, por isso devemos refletir frequentemente sobre nossos posicionamentos e nossa disponibilidade para viver em plenitude, porém com responsabilidade e maturidade para arcar com as respostas, que podem ser positivas ou negativas.
Viver é um risco, mas morrer em vida é uma opção de derrota.
Viva! Arrisque suas fichas e escolha você! Pois estando bem, todos aqueles que o rodeiam, sairão vencedores.
Sem apostas, essa definitivamente será a sua melhor escolha.
* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB
TURISMO - 19/12/2024