João Pessoa, 17 de março de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Uma discussão entre dois alunos, um PM e um ex-policial, terminou em tiros dentro do campus Rebouças da Faculdade Estácio de Sá no Rio Comprido, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Foi na noite da sexta-feira. Segundo um vigia que não quis se identificar, na briga o PM puxou a arma e fez um disparo para o alto. O ex-policial, por sua vez, estaria desarmado. Houve correria, mas ninguém ficou ferido. O telejornal RJTV, da TV Globo, exibiu um vídeo que mostra o momento em que o policial militar, que estava à paisana, aponta a arma para o ex-policial no pátio.
A universidade afirma que o problema aconteceu por volta das 19h30m da sexta-feira. De acordo com a Estácio, os dois alunos que estavam no pátio externo do campus se desentenderam, e um dele disparou para o alto. Algumas pessoas que estavam na rua e no pátio se assustaram e correram na tentativa de se proteger. Policiais militares foram acionados para o local, e os dois foram levados para a 6ª DP (Cidade Nova), onde prestaram depoimento.
“A Estácio esclarece que a maioria dos alunos estava em sala de aula no momento da briga e que não há feridos. As aulas transcorreram normalmente após o incidente. A instituição de ensino enfatiza que está à disposição das autoridades competentes para contribuir com as investigações e que, após conclusão do inquérito policial, abrirá inquérito administrativo para garantir que as cláusulas que regem a conduta acadêmica sejam cumpridas”, diz trecho da nota.
Segundo a polícia, o PM Bruno Motta Rodrigues, lotado na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Morro da Formiga e estudante de direito, contou que, devido a uma rixa antiga, estava sendo seguido pelo ex-policial Udilson Paulo Pereira de Oliveira, aluno de educação física da Estácio. Na noite da última sexta-feira, ele estaria sentando num banco com uma amiga, quando percebeu que Udilson o observava. Em seguida, disse Bruno na delegacia, Udilson teria chegado perto dele e começada a fazer ameaças. Para apartá-lo que o PM afirmou ter sacado a arma e feito um disparo para o alto.
Já Udilson, segundo a polícia, confirmou a discussão e as ameaças, mas afirmou que Bruno teria atirado em sua direção, mas errou o alvo. A polícia agora vai solicitar as imagens das câmeras do circuito interno da Estácio para investigar o que houve. O PM foi acusado de tentativa de homicídio. E o ex-policial, por ameaça e injúria.
Ainda segundo a Polícia Civil, a pistola 40 que Bruno usava seria sua arma de trabalho.
Na manhã deste sábado, alunos estavam surpresos com a violência. Mas ressaltavam que não há controle algum de quem entra na universidade. Na área onde ocorreu a confusão, por exemplo, há uma agência de correios, lojas e lanchonetes, abertas ao público em geral. Na entrada do espaço, até há uma guarita de segurança, mas os vigias afirmam que não têm permissão para abordar ninguém.
— É ruim para a instituição e, portanto, para mim também. Infelizmente, o que aconteceu aqui poderia ocorrer em qualquer lugar. Na cidade inteira não me sinto seguro — afirmou esta manhã o estudante de publicidade Marco Antônio Guimarães.
— Qualquer pessoa pode entrar aqui, porque não podem identicação de ninguém. Esse episódio me deixa triste. Ainda mais agora. Depois do caso da Luciana, o campus havia esvaziado. Só recentemente que mais gente veio estudar aqui — completou a estudante de comunicação Waleska Soares.
Essa não é a primeira vez que acontece um caso de violência dentro do campus do Rio Comprido da Estácio de Sá. Em 2007, a universitária Renata Ramires, de 31 anos, foi atingida de raspão por uma bala perdida dentro do campus Rebouças da Universidade Estácio de Sá. No mesmo local, em 2003, a estudante de enfermagem Luciana Gonçalves Novaes, de 19 anos, também foi atingida por uma bala perdida, que ficou alojada na sua coluna cervical e a deixou tetraplégica.
Renata, que cursa o primeiro período de fisioterapia, não foi ferida de forma tão grave quanto Luciana: a bala atingiu sua coxa esquerda, enquanto a estudante lanchava com amigos. A universitária foi levada por funcionários para a Casa de Saúde Portugal, em frente à faculdade, onde foi medicada e liberada. Já Luciana, até hoje convive com a tragédia.
Em 2008, a estudante obteve da universidade particular a ajuda que havia pedido para custear seu curso de Serviço Social na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), em Campinho.
Em Laranjeiras, briga terminou em morte
Na sexta-feira, a polícia divulgou as imagens de uma briga que terminou com a morte de um homem num bar em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio. O crime, que está sendo investigado pela Divisão de Homicídios (DH), aconteceu no início do mês. A Justiça já decretou a prisão temporária de Pedro Campos, supeito de ter disparado contra a vítima. Ele é considerado foragido.
As imagens mostram o momento da discussão entre Pedro Campos e a vítima, que são separados por outros clientes do estabelecimento. Enquanto Pedro vai embora, a polícia chega a passar pelo bar e fala com a vítima, mas os agentes acabam indo embora. As imagens mostram ainda que o suspeito volta um tempo depois e atira duas vezes contra a vítima, que morreu antes de chegar ao hospital.
O Disque-Denúncia (2253-1177) divulgou uma nota em que oferece uma recompensa de R$ 1 mil por informações que ajudem a localizar Pedro Campos, que está foragido.
O Globo
OPINIÃO - 26/11/2024