João Pessoa, 18 de novembro de 2023 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Que desígnio é este? Que artista é esse, o Roberto Carlos?
Desde a primeira vez que o vi, acho que no Ginásio Almeidão, na década de 70, fiquei besta, me sentido tomado pelas canções do rei. Eu era garoto e sabia as canções de cór, dos especiais domingueiros na Rádio Alto Piranhas, de Cajazeiras.
Poxa, eu tinha acabado de sair de uma cidade do interior e estava ali para ver o Roberto cantar… Eu não cabia dentro de mim, tamanha emoção. Esquece, já estou velho. Perdi a conta de quantas vezes vi o rei no palco.
Roberto é a memória da gente convocada, as canções que celebram o íntimo de nós, dos dias solares, nossas tardes de domingo e noites no sereno, noites de amor, dos elementos, da natureza e do corpo, amada amante, o conjunto da obra, o melhor, a dar lugar à enunciação de uma emocionalidade grandemente contida, ao ver mais uma vez Roberto Carlos cantar para uma multidão, na Domus Haus, na quinta-feira passada.
Constelações, além do horizonte, um lugar para viver em paz, tantas canções que simulam casos, acasos, pequenas tristezas e maiores alegrias – lindo, quando ele falou na compositora Isolda, até apontou para o Amém e cantou: “Você foi o maior dos meus casos, de todos os abraços, o que eu nunca esqueci”.
Ninguém esquece Roberto Carlos. Um show excepcionalmente belo, visceral. A orquestra intensa, e logo se estabelece um elo com o público, que canta as canções, em quase duetos, com ele, seus poemas de amor, os clássicos de sua lavra autoral.
Cheio de detalhes, dos mínimos pormenores, Roberto é a musicalidade que nos acompanha desde criança. O milagreiro toque da memória em torno da alegria do corpo, da alma e do coração – uma intensa luz nos clássicos referentes a um tempo juvenil e imaculado, de um tempo que é hoje e ainda não estamos na sombra do esquecimento.
Canções que falam do sol, das montanhas, das estrelas que chegam mais perto só pra a ver, “meu bem, meu bem, você tem que acreditar em mim” e tanto mais expressivas, quanto o artista, que se agiganta na casa dos 80. Nunca tinha visto ele falando tanto com público…
Canções do Roberto em Graças, ele de paletó azul e uma camisa branca com detalhes coloridos, sem aparentar os 82 anos e que deixa sempre em nos, as evidência da felicidade.
Ah! Ele cantou “Evidências” de José Augusto. “Chega de mentiras, de negar o meu desejo, Eu te quero mais do que tudo, Eu preciso do seu beijo, Eu entrego a minha vida, Pra você fazer o que quiser de mim, Só quero ouvir você dizer que sim”
É isso, o show de Roberto Carlos são evidências de uma felicidade: a gente canta, chora, se abestalha, e volta para casa.
Kapetadas
1 – Eu fui criança, eu sei o que é o amor
2 – Se cada homem babaca tivesse plantado uma árvore não tava esse calor todo.
3 – Fotos (Reprodução Instagram) e KP
Aqui estão algumas canções do show
Emoções
Como Vai Você
Além do Horizonte
Ilegal, Imoral ou Engorda
Detalhes
Outra Vez
Olha
Nossa Senhora
O Calhambeque (Jam instrumental)
Lady Laura
Sua Estupidez
Evidências
Esse Cara Sou Eu
Amigo
Como é Grande o Meu Amor por Você
Jesus Cristo
* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB
TURISMO - 19/12/2024