João Pessoa, 14 de março de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Na noite desta terça-feira, o programa de TV "Longobardi ao vivo", do C5N, foi tirado de ar de forma intempestiva durante uma entrevista do apresentador, Marcelo Longobardi, com Alberto Fernández, ex-chefe de gabinete do governo Kirchner.
Minutos antes da inesperada decisão das autoridades do canal, Fernández criticou com dureza recentes medidas e declarações da presidente Cristina Kirchner e dedicou alguns minutos a reforçar as suspeitas de corrupção que rondam o vice-presidente, Amado Boudou.
Segundo fontes do canal, a ordem de tirar o programa do ar foi dada pelo dono do C5N, o empresário Daniel Hadad, sob forte pressão da Casa Rosada.
O governo, disse a fonte, também teria reclamado da entrevista anterior, com o jornalista Jorge Asis, um peronista que ocupou cargos públicos no governo Carlos Menem (1989-1999). Na entrevista com Longobardi, o jornalista assegurou que "a presidente sabe e sempre soube dos negócios de Boudou".
A suspensão do programa provocou debate nas redes sociais, principalmente no Twitter, onde dezenas de pessoas questionaram a decisão do canal e acusaram o governo Kirchner de censurar opiniões críticas.
O escândalo nos estúdios do C5N ocorreu um dia depois de Cristina ter se referido a dois jornalistas que publicaram artigos de opinião sobre os jovens de La Cámpora, movimento aliado do governo e liderado pelo filho da presidente, Máximo Kirchner, como "nazistas".
O Globo
OPINIÃO - 22/11/2024