João Pessoa, 09 de março de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Um relatório divulgado na quinta-feira mostrou que o suicídio entre militares americanos aumentou em 80% entre 2004 e 2008, uma das maiores taxas registradas no último séculos nos Estados Unidos. Os pesquisadores estimam que entre 25% e 50% dos suicídios estejam diretamente relacionados aos combates no Iraque e no Afeganistão.
Entre 2007 e 2008, 255 soldados se mataram. A metade deles tinham se consultado com algum profissional para tratar de desordens e 17% deles já tinham sido hospitalizados por problemas de saúde mental. Entre 1977 e 2003, as taxas de suicídio entre militares americanos estavam diminuindo.
O estudo publicado na revista “Injury Prevention“ relaciona o aumento de suicídios com o crescimento dos transtornos psicológicos entre militares, que cada vez mais apresentam desordens de comportamento, ansiedade e dependência química. Além disso, entre 2000 e 2008, o número de soldados que procuraram ajuda em centros de saúde mental quase dobrou.
Apesar de no ano passado o número de suicídios ter caído, os EUA registraram um aumento significativo de violência doméstica e crimes sexuais, segundo dados do Pentágono. Em 2010, as internações por “temperamento suicida” chegaram a 3.500, cinco anos antes casos do tipo eram quase inexistentes.
“É um problema de saúde pública”, diz o artigo, que também mostra que 20% dos militares ativos nos EUA já se consultaram com especialistas em saúde mental. Os suicídios, dizem os autores, são a “ponta do iceberg”.
O Globo
OPINIÃO - 22/11/2024