João Pessoa, 27 de dezembro de 2023 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Ao lado das festas de final de ano, confraternizações do trabalho e o depósito do décimo terceiro, a ansiedade para o anúncio oficial do novo salário mínimo é muito grande. No entanto, a cada ano que se passa, mais brasileiros vão ficando decepcionados com o aumento, que não se equipara com os preços mais altos nos supermercados, postos de combustíveis, comércios e outros serviços.
Em 2024, o novo salário mínimo sobe apenas R$ 92, saindo de R$ 1.320 para R$ 1.412, de acordo com decreto assinado nesta quarta-feira (27) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O valor é inferior ao do ano passado, que saiu de R$ 1.212 para R$ 1.320, e do retrasado, de R$ 1.100 para R$ 1.212. Em 2021, o aumento foi equivalente a R$ 55; em 2020, R$ 47; e 2019, R$ 34.
Apesar dos últimos dois salários realizados pelo Governo Bolsonaro — 2022 e 2023, este que ganhou um aumento de R$ 18 já no Governo Lula — terem um aumento maior que o de 2024, os demais anos, incluindo o último de Michel Temer, não seguiram essa mesma fórmula de reajustes mais consideráveis, que era comum nos primeiros governos do atual presidente e Dilma.
Ao Portal MaisPB, o economista Cássio Bessaria explicou que o Governo Bolsonaro perpetuou a lei presente durante o período de Temer. O reajuste era de acordo com a inflação do ano anterior. Por outro lado, quando Lula reassumiu o posto em 2023, os aumentos voltaram a ser relativos não só à inflação, mas também ao crescimento econômico do Produto Interno Bruto (PIB).
“Para o ano de 2024, há uma mudança prevista que, além da inflação, o salário mínimo deve acompanhar o crescimento econômico do ano anterior. Para o caso específico, vai ser olhado o crescimento do PIB do ano de 2023. Com isso, o salário mínimo de 2024 pode ser classificado como um salário com ganhos reais. Ou seja, o aumento do salário vai ser superior ao aumento da inflação”, disse o economista.
Os pontos negativos de um salário mínimo maior
Apesar da possibilidade de mais cidadãos terem poder de compra com um salário mínimo com ganhos reais, existem pontos negativos, cuja consequência pode atingir muitas pessoas também. Para Cássio Bessaria, o reajuste maior para a população traz diversas consequências negativas para empreendedores, especialmente de micro e pequenas empresas.
“Por outro lado, existem os impactos negativos desse reajuste também. Do ponto de vista do empregador, vai ter um custo maior para empregar servidores. E todos aqueles benefícios que têm seus valores indexados ou reajustados com base no salário, também serão impactados. E isso acaba pressionando as contas públicas”, afirmou o economista Cássio.
Leonardo Abrantes – MaisPB
OPINIÃO - 22/11/2024