João Pessoa, 28 de dezembro de 2023 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
No dia 15 de novembro passado falei com Otílio Neiva, pedi o imêio e mandei uma entrevista – ele disse: “Kubi você é bacana com todo mundo”. Depois veio o silencio, mandei as perguntas e não chegaram as respostas. O silencio é onde mora a oração.
Depois falei com Tereza, sua mulher, sobre a entrevista – (estudei com ela na década de 70 e ficamos amigos – 70 milhões de vezes); Ela disse que ele estava em Recife, fazendo exames e depois responderia. Aí veio o silencio.
Ontem (quarta-feira, 27) veio a dor. Otílio se foi e veio o silêncio, no encontro da paz, que se faz sentido. De todas as fibras, Otílio parecia um sertanejo, o pernambucano mais paraibano do coração da gente. Chorei sozinho.
Tereza me contou – que eles se conheceram numa noite de São João, em Taperoá. Se casaram para sempre, mas não existe para sempre. Alguém vai na frente.
Fiquei amigo da família, das meninas Renata, Andreia e Maria Tereza, dos genros João e Edgar e os netos Cecília e Theo.
A gente tem a capacidade da felicidade, mesmo que toda esperança faça a gente chorar.
Alguém ontem me falou em ciclos, que a morte é assim mesmo, mas a gente não quer aceitar.
Palavras minhas são engolidas até que o silêncio se instale por dentro da gente e nem sabemos sequer como falar sobre um amigo morto ou talvez, talvez nada, quando finalmente temos algo para dizer.
Obrigado Otílio, sua vida valeu.
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OPINIÃO - 22/11/2024