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MAISPB ENTREVISTA

Mariana lança disco cantando as canções do avô Vinicius de Morais

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publicado em 30/12/2023 ás 11h48

Kubitschek Pinheiro

Fotos  – Vicente Zirretae Marcos Vinícius

Mariana de Moraes celebra a obra e o legado do seu avô, o compositor e poeta Vinicius de Moraes (1913-1980), em seu quinto álbum de carreira. Com 12 faixas e o privilégio de contar com arranjos do saudoso João Donato (1932-2023), “Vinicius de Mariana” chega às plataformas digitais pelo Selo Sesc.

O repertório reúne canções de Vinicius com seus principais parceiros  Pixinguinha, Antônio Maria, Chico Buarque, Edu Lobo, Carlos Lyra e Baden Powell, reverenciando a amizade, sentimento tão presente na poesia do compositor, intérprete e diplomata brasileiro que nasceu e morreu no Rio de Janeiro. “Vinicius de Mariana” traz na capa a foto de Mariana criança sentada no colo do avô. As canções “Canto do Caboclo da Pedra Preta”, “Canto de Xangô”, “Maria Moita”, “Tristeza e Solidão” “Arrastão”, “Desalento” “Onde Anda Você”, “Eu Não Existo Sem Você” e outras.

“A ideia de homenagear o avô é coisa da vida toda, lembra Mariana… era para ter sido lançado o ano passado, nos 110 anos do meu avô”

 “Condensar Vinicius de Moraes em doze canções seria uma grande responsabilidade para qualquer curador. Para Mariana de Moraes, a menina de vestido vermelho na capa desse disco, a tarefa fica ainda mais complexa. Neta do compositor,
a cantora teve a oportunidade de conhecer Vinicius em múltiplas dimensões, inclusive no aspecto mais íntimo e afetivo”, afirma Danilo Santos de Miranda, diretor do Sesc São Paulo.

Mariana escolheu um repertório que processa alegria, força, coragem, justiça e que nos animasse para a vida, mesmo com todas as coisas difíceis que acontecem. Então, ele teve um critério de ter uma filosofia de origem africana dos reinos e nações que se transformaram em países e vieram ao Brasil. Xangô é muito celebrado no disco e a amizade também. É um disco cheio de pessoas queridas tocando e cantando e colaborando”, conta.

MaisPB – Seu disco cantando o avô, Vinícius de Moraes… Vamos começar por aqui?

Mariana de Moraes – Então, primeiro eu fico feliz, porque a gente trabalha para dar alegria para os outros.  Como eu sou neta do Vinícius, já me chamaram várias vezes para gravar discos cantando o repertório do meu avô, mas sabia que chegaria o dia.

MaisPB – E chegou, né?

Mariana de Moraes – Olha pra ser precisa, minha tia Suzana, chegou pra mim e disse: “Mariana, até que você seja reconhecida, como você tem um sobrenome muito forte, importante, até que você tenha um talento de cantora, de não está pegando carona no sobrenome do avô, não canta nada dele não, espera um pouco”. E eu esperei.

MaisPB – Então chegou a hora, né?

Mariana de Moraes  – A ideia de homenagear meu avô é da vida toda e acabou se realizando só agora. Era para ter sido lançado no ano passado, mas por coincidência caiu no ano dos 110 anos do Vinicius. Eu escolhi um repertório que processa alegria, força, coragem, justiça e que nos animasse para a vida, mesmo com todas as coisas difíceis que acontecem. Então, ele teve um critério de ter uma filosofia de origem africana dos reinos e nações que se transformaram em países e vieram ao Brasil. Xangô é muito celebrado no disco e a amizade também. É um disco cheio de pessoas queridas tocando e cantando e colaborando”.

MaisPB – Quantos discos, quantos anos de carreira?

Mariana Moraes – Eu tenho cinco discos lançados, mas fiz muitos shows.  Eu nasci em 1959, numa época bem hippie, que as pessoas andavam juntas, os baianos e novos baianos eram amigos de meu pai, o João Donato, Jorge Mautner, todos viviam lá em casa. A Gal vivia lá em casa e isso já foi mais que um incentivo para eu ser artista. Todo mundo estava sempre junto na casa de alguém

MaisPB – E quando começou a cantar?

Mariana de Moraes – Eu decidi que queria cantar com 13 anos, mas com 15 eu fiquei famosa como atriz, por acaso. Fui a protagonista de um filme chamado Fulaninha ( de David Neves, de 1987) Na infância fiz muito filmes com minha mãe, eu apareço em muitos filmes. Era uma criança hippie que não ia para escola e viajava com meus pais e convivemos com muita gente, Ismael Silva, Nelson Cavaquinho – com  jornalistas, arquitetos, poetas…

MaisPB – Além de ser neta da poetinha, você conviveu com grandes artistas, né?

Mariana de Moraes – Sim, talvez até eu não tenha memória de alguns que já morreram, porque eu era criança. Meu pai tinha fotos dessa gente toda. Ele me contou que uma noite estava na casa de Vinícius, estavam lá Astor Piazzolla, Ismael Silva, Nelson Cavaquinho, Tom Jobim, Edu Lobo, Caetano e Gil – todo mundo, até Dorival Caymmi, gerações diferentes. Também João Donato, Luiz Melodia, Zé Ramalho e Elba Ramalho.

MaisPB – Sua mãe era atriz?

Mariana de Moraes – Ela foi Top Model, muita famosa no Brasil, Vera Valdez e meu pai, Pedro, era fotografo de cinema, fez vários filmes, com Glauber (Rocha), Joaquim Pedro de Andrade. Essas pessoas do cinema, da música, convivam muito no Rio de Janeiro na época. Essa geração que foi chegando aos 80 anos eu lembro muito. Gal, tipo me adotou, ela me levava em todos os shows dela, lembro dos shows Gal Canta Caymmi, Cantar, Fui no GalFatal, mas não lembro

MaisPB – Sua voz lembra a voz de Gal, nesse disco “Vinicius de Mariana”

Mariana Moraes – Influência, né? Eu convivi com ela muito tempo. Tenho influência tanto de amar a discografia, como a convivência, vendo ela cantar. Eu convivia diariamente com ela.  Essa alegria de ser uma criança hippie. Era um tempo em moravam muitas pessoas na mesma casa.

MaisPB – Até quando durou sua carreira de atriz?

Mariana de Moraes – Até os vinte e dois anos e tomei coragem eu tomei coragem, eu sou mesma é cantora, sempre quis fazer isso. Fiz teatro com Zé Celso, Antunes Filho, fiz muita coisa.

MaisPB – Você quis logo cantar a obra de seu avô?

Mariana Moraes  – Minha tia Suzana falou – Mariana até que você seja reconhecida, como você tem um sobrenome muito importante, não canta nada de seu avô agora, espera um pouco. Aí quando disseram que Mariana nasceu para cantar, resolvi cantar as músicas de meu avô.

MaisPB – A seleção das canções para esse disco Vinicius de Mariana…

MaisPB – Você convidou o pianista e cantor pernambucano Zé Manoel para tocar nesse disco. Como aconteceu?

Mariana de Moraes – Nos tornamos amigos íntimos e irmãos. Eu convidei ele para ser pianista do disco e para solar o ‘Canto de Xangô’. Depois se somou a essa música a Clara Buarque. O Zé também está na faixa ‘Onde anda você’ cantando, acompanhado pelo piano de João Donato É um artista extraordinário de Petrolina, na beira do São Francisco

MaisPB – A faixa “Maria Moita”,  de Vinícius e Carlos Lyra, lançada na data em que seu avô faria 110 anos, tem o videoclipe –  Vamos falar sobre isso?

Mariana de Moraes – É linda essa canção. Ela denuncia a cultura de opressão às mulheres  e tem a participação especial de um coro formado por Camila Pitanga, Mart’nália e Jussara Silveira. Tudo que está cantado ali tem um porquê

“Vinícius de Mariana”

Produção Musical Guto Wirtti e Mariana de Moraes

Direção artística, Pesquisa de Repertório Leo Pereda, Mariana de Moraes e Guto Wirtti

Arranjos João Donato e Guto Wirtti

Gravação e Mixagem Duda Mello

Produção Executiva Circus Produções Culturais

Diretor de produção Guto Ruocco

Produção Rio de Janeiro Flávio Loureiro

Pós produção Marina Novelli

Filmagem Vicente Zirretta

Preparação Vocal e Fonoterapia Lucia Gayotto

Fotos Vicente Zirreta

Foto capa Vera Barreto Leite Valdez

Gravado no Rio de Janeiro nos estúdios Cia dos Técnicos e Rockit

entre outubro de 2021 e janeiro de 2022, por Duda Mello.

Gravado em Salvador no estúdio Ilha dos Sapos em fevereiro de 2022 por Thiago Pulgas.

Auxiliar Técnico Uelinton Cerqueira (Leninho).

Gestora do estúdio Cleise Almeida

Mixado entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2022 por Duda Mello.

Masterizado em fevereiro de 2022 por Carlinhos Freitas no estúdio Classic Master (EUA).

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