João Pessoa, 01 de janeiro de 2024 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Eu quero uma janela branca, com cortinas brancas. A parede ao redor pode ser num tom de lavanda, mas a jardineira abaixo da janela também precisa ser branca. Quando acordar pela manhã será esta a visão que me fará feliz durante o resto do dia: olharei por esta janela e verei o horizonte que estava nos meus sonhos na noite anterior e na anterior, e na anterior. Exatamente o mesmo horizonte.
Consigo sentir o cheiro do ambiente, a textura dos lençóis e ouvir a voz com a proposta que me fará ficar na cama só um pouco mais. Tudo que é preciso existir estará ali, naquele lugar. O que mais querer? O que mais buscar? Todas as fomes irresistíveis já foram saciadas. Todo o existir reside ali. E o que se estender será o horizonte. Aquele horizonte, visto da janela branca com cortinas brancas.
Se for o mar, abrir a janela trará a maresia, o calor, o aconchego de um dia de sol.
Se for o campo, abrir a janela trará o cheiro do mato, os pingos do orvalho que umedeceram a noite.
É um querer recorrente… bem que poderia acontecer agora. Amanhã… 2024…
Não sei… não sei se deixará de ser apenas um mero querer. Mas quero a janela branca, com toda a visão maravilhosa que ela trouxer.
Ao final do dia ela será novamente fechada, o sonho abrigará o mesmo horizonte, mas nada será triste ou enfadonho, porque eu saberei que era exatamente ali onde eu deveria estar o tempo todo. E, quando o sol nascer novamente, mesmo que desta vez esteja encoberto por nuvens de chuva, a janela se abrirá mais uma vez. A janela de cortinas brancas.
* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB
VÍDEO - 14/11/2024