João Pessoa, 06 de março de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O presidente da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Joseph Blatter, enviou nesta terça-feira (6) carta ao ministro do Esporte, Aldo Rebelo, em que pede desculpas pela declaração do secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke.
No documento, Blatter se diz "preocupado" com a "deteriorização" das relações entre o governo brasileiro e a Fifa e pede uma reunião com a presidente Dilma Rousseff para discutir a questão. Ele afirma que sempre houve uma relação de "respeito mútuo".
"Meu único comentário com relação a esse assunto é pedir desculpas a todos aqueles que tiveram sua honra e orgulho feridos, em especial o governo brasileiro e a presidente Dilma Rousseff", disse.
A crise entre Brasil e Fifa começou após a divulgação na sexta (2) de que o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, disse que o Brasil precisava de "chute no traseiro", na tradução feita por agências de notícias, por conta da demora para votação da Lei Geral. Depois, em carta enviada ao governo brasileiro nesta segunda (5), ele explicou que a expressão em francês utilizada, "se donner un coup de pied aux fesses", significa apenas "acelerar o ritmo".
Após a divulgação da declaração, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, convocou a imprensa no sábado (3) dizendo que o governo brasileiro não mais aceitaria Valcke como interlocutor para questões relacionadas à Copa de 2014. No mesmo dia, Valcke rebateu dizendo que a resposta do Brasil foi "infantil".
Nesta segunda, o governo enviou pedido oficial para Fifa para afastar Valcke das negociações com o Brasil. Mais tarde, chegou a carta com pedido de "desculpas" pela declaração. Nesta terça, Aldo afirmou que responderá ao pedido, mas não quis adiantar o teor da resposta.
Na carta ao governo brasileiro, o presidente da Fifa diz ainda que o conflito gerado com a declaração de Valcke não pode prejudicar o andamento das ações necessárias para a realização da Copa do Mundo.
"O Brasil merece ser o anfitrião da Copa do Mundo e o mundo inteiro aguarda ansiosamente por isso. Todavia, o tempo está passando desde 2007. Por isso, não deixemos que os conflitos nos façam perder tempo."
G1
OPINIÃO - 22/11/2024