João Pessoa, 07 de janeiro de 2024 | --ºC / --ºC Dólar - Euro

ÚltimaHora
É formado em Direito pela UFPB e exerce funções dedicadas à Cultura desde o ano de 1999. Trabalhou com teatro e produção nas diversas áreas da Cultura, tendo realizado trabalhos importantes com nomes bastante conhecidos, tais como, Dercy Golcalves, Maria Bethania, Bibi Ferreira, Gal Costa, Elisa Lucinda, Nelson Sargento, Beth Carvalho, Beth Goulart, Alcione, Maria Gadu, Marina Lima, Angela Maria, Michel Bercovitch, Domingos de Oliveira e Dzi Croquettes. Dedica-se ao projeto “100 Crônicas” tendo publicado 100 Crônicas de Pandemia, em 2020, e lancará em breve seu mais recente título: 100 Crônicas da Segunda Onda.

O mundo de nós

Comentários: 0
publicado em 07/01/2024 ás 11h13

Você já teve uma noite mágica e uma manhã trágica? Acredito que muitos pensaram na ressaca de uma balada movida a álcool, mas o combustível aqui é outro, muitos obstáculos são postos à frente da família de Amanda & Clay em sua corrida contra o fim do mundo. O primeiro golpe e o que mais tememos é um apagão, sem energia, sem internet, o mundo tende a colapsar. Para salvar o filho moribundo, o pai precisa do celular, do sinal internet, do “waze”, de informações do google sobre uma doença sem explicação. Esses e outros impasses como a chegada de visitantes um tanto não ilustre são algumas das motivações do novo filme produzido pelo casal Obama, sim, o ex-presidente americano e sua Michelle. “O Mundo Depois de Nós” fala de racismo, de colonialismo, de liberdade, de confiança e tanta coisa que a gente só vem

perceber depois como a protuberância da cor azul em todas as cenas, o uso de cara limpa e lavada sem maquiagem dos atores e uma homenagem ao autor de “admirável mundo novo”, Aldous L. Huxley. Já é cediço que os animais avisam da chegada das ondas catastróficas e a pequena Rose é quem primeiro sente e vê que há algo de estranho e específico acontecendo, mas uma família sem diálogo e detonada pelo excesso de telas não acredita numa infante carente e falante. A toda hora o suspense aumenta e o nível de explicação diminui, algo parecido com o que passamos à época da pandemia, pois até hoje não resolvemos esse pleito por inteiro. Portanto, não cobremos explicações, apenas nos contentemos com o que já estamos falando há tempos sobre o uso excessivo do online, das telas, das senhas, dos likes, ou seja uma vida escrava do algoritmo, mas fica a certeza que só o palpável sobreviverá à destruição de uma catástrofe ou um pós-guerra! Rose descobriu o caminho das pedras e atestou que no processo apocalíptico só a arte salva! Eu já deletei meu avatar, e você? 

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB