João Pessoa, 14 de janeiro de 2024 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Tenho certeza que não tenho certeza de nada. Nunca tive. Nem do milagre do pão, mas é melhor se fartar. Não sou nem quero ser dono de nada. Ninguém é de Fulano. Chico Buarque estava certo, não vale a pena ficar resmungando em tempo de contratempo, porque não vale ficar, só por ficar. Eu fui me embora.
Vozes das entranhas vizinhas vindas da consciência, diz que eu tenho que gostar mais de mim, e se você não gosta de mim, sua filha, sua mãe, seu pai, a cidade em romaria da Penha, das Graças, amém.
Por meio do último piti do general Osório, que já virou meme, que se dá por aí, escuto por um ouvido e sai pelo outro. A moça que me vende Ginkgo Biloba 80g, disse que é sério e eu fiquei de bico calado, nesse sol inexorável, sobre minhas lágrimas. Meu trunfo é paus, nasci no sertão onde estão os pressentimentos da ventania. De noite na cama eu não fico mais pensando se ela não me ama. Ela quem?
Eu quero um xodó, aquela moça da feira, a moça do violão, o corpo dela já é uma canção, “viola furria amor dinheiro, não” – e tem o sangue latino em minhas veias e sou intuição. Quem não me conhece, que não me compre, que quando a maré encher, vou me jogar no bando das sereias, (foto) para esperar a tarde corar e ver nuvens azuis.
Minha memória disto tudo, daquilo, dos prazeres que ficaram noutro verão, digo vagão, mudo de canal… estou na Mancha, vejo televisão para cachorros famintos, e meu olhar visivelmente vidrado, mas sou eu, já refeito, de boa – influência mundial de Seu Pereira e eu não sou boa influência pra você – porque quando eu amo, eu devoro, na mesma satisfação.
Tudo que foi impossível deu em nada, pela metade, mea boca, mesa posta e pela esferográfica espessa, quase um falo, vejo o quadro dos fartos seios pintados por Bruno Steinbach, quando ele estava preso na cela de uma cadeira – o quadro é meu, ele me deu, e está do lado da janela, quem é ela, quem é ela, quem é ela?
Nada de mendigar desculpas ó minha amiga pelo celular desligado, pelo carro atolado, atoladinha, mas logo vem uma solidão assegurada pela multidão, que espia no silêncio, sem lenço, tossindo, sem RG, das tardes quentes dos trópicos de nossas vidas. Deixa de piti, General!
Eu vi o moleque Ricardo com o cabelo da hora, não era domingo, que eu odeio os domingos, era na saída de um cruzeiro, ligeiro, anunciando purezas, alegrias, que o melhor era uma sinfonia, mas eu só pensava no pagode do vagabundo. É isso, da canção de Chico Buarque, outra vida, minha vida, olha o que é que eu fiz? Não fiz.
Vaias pelas calçadas, não é nada, mas a estrada é comprida, tirana e a terra prometida sangrenta e quase sem nenhuma luz. Onde andará as cigarras que cantavam nos quintais dos ouvidos do K, hoje zumbidos, e dores nos quartos de ninguém.
Depois vinha com o vinho preto e surgia lá, no final da rua, Dona Maria Gato, com as mãos calejadas e enroladas no manto de Maria e os ramos reluziam sem nenhuma dor no meu Jatobá. E assim eu cresci com a pisada no chão dos paralelepípedos e não venha dizer que eu estou mudando de assunto, que tudo isto não importa só, somente só, assim vou lhe chamar, assim será, o eterno general osório, que foi parido na maré de Aldeota, no Ceará, gritando” Help, Iracema”. Ou será que no Ceará não tem disso, não?
Kapetadas
1 – Percy Jackson é a imitação mais famosa de Harry Potter. E Isidoro Sifflotin, não tem esse nome, do livro de Enrico Ianneillo. Aguardem.
2 – O mundo está repleto de inteligências burras.
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OPINIÃO - 22/11/2024