João Pessoa, 03 de março de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O ex-governador José Serra subiu nove pontos percentuais na pesquisa de intenção de votos para a Prefeitura de São Paulo após assumir que quer ser o candidato do PSDB na eleição de outubro.
Levantamento feito pelo Datafolha entre quinta e sexta-feira mostra Serra com 30% dos votos num cenário em que estão os principais postulantes ao cargo.
No fim do mês de janeiro, ele tinha 21%.
Em segundo fica Celso Russomanno (PRB), com 19%. O petista Fernando Haddad obtém apenas 3%.
Serra lidera em todos os cenários em que participa.
No mais enxuto, em que concorreriam apenas ele, Gabriel Chalita (PMDB) e Haddad, alcança 49% do total de votos, o que liquidaria a eleição no primeiro turno, já que esse percentual representa mais que a soma de votos dos demais pré-candidatos.
O Datafolha ouviu 1.087 eleitores. A pesquisa, que tem margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos, foi feita na semana em que Serra teve muita exposição devido ao anúncio de que queria concorrer.
Isso ajuda a explicar o crescimento de 2% para 12% em sua intenção de voto espontânea (quando não é apresentado ao eleitor o nome de nenhum candidato).
Após meses de silêncio e especulações, Serra afirmou no dia 27 de fevereiro que pretendia participar da prévia tucana para escolher o candidato do partido.
Marcada para hoje, ela foi adiada para o dia 25.
Dois dos quatro pré-candidatos tucanos desistiram. Só José Aníbal e Ricardo Tripoli continuam no páreo. A pesquisa, porém, deve funcionar como novo banho de água fria em suas postulações.
Aníbal obtém 4% das intenções de voto no cenário em que aparece como o candidato tucano. Tripoli alcança 3%.
Serra tem a seu favor o fato de ser muito conhecido (99% dos leitores sabem quem ele é, contra 41% de Haddad, por exemplo), e de sua rejeição ter oscilado negativamente desde a última pesquisa: de 33% para 30%.
No período, cresceu a rejeição de todos os outros.
Mas uma coisa pesa contra o ex-governador, o fato de ter abandonado a prefeitura em 2006, 15 meses após tomar posse, para se candidatar ao governo estadual.
De todos os entrevistados, 76% se lembram do fato; 66% dizem que agiu mal; 70% afirmam que ele não deveria fazer isso novamente; 66% acham que sairá para concorrer à Presidência em 2014.
Na semana passada, o pré-candidato disse que desta vez é diferente, que cumprirá os quatro anos e que seu sonho de ser presidente "está adormecido pelo menos até 2016".
Durante a campanha de 2004, Serra também disse que ficaria os quatro anos e chegou a assinar um papel se comprometendo a cumprir o mandato até o final.
Esse fato certamente será usado pelos oponentes durante a campanha.
Já Haddad tem como pontos negativos o fato de poucos o conhecerem (59% não sabem quem ele é) e de não o identificarem como o candidato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva –apenas 10% reconhecem isso.
São pontos que os petistas pretendem trabalhar na campanha e na propaganda de TV.
Em março de 2010, Dilma Rousseff também aparecia atrás nas pesquisas na disputa contra o mesmo Serra.
Mas, na época, 86% diziam conhecê-la e 59% sabiam que ela era a escolhida de Lula.
Folha.com
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