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Ex-deputado federal, empresário e escritor. E-mail: [email protected]

Obra inacabada

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publicado em 18/01/2024 ás 13h12
atualizado em 18/01/2024 ás 13h14

Há um ano e três meses foi iniciada uma obra, no final da avenida Cabo Branco, em frente ao hotel do mesmo nome, onde instalaram um tapume de dois metros de altura e com mais de 300 metros de comprimento, obstruindo o passeio na calçada, a ciclovia e o acesso ao mar e até mesmo a sua visão. A obra foi iniciada, ao nosso ver, sem um planejamento e sem um cronograma indicando as etapas e a data de sua conclusão, problema que afeta a maioria dos administradores do Brasil. Daí são milhares e milhares de obras iniciadas e não concluídas, onerando o erário público de uma forma inexplicável e irresponsável.

Temos, no local, um hotel que foi diretamente afetado pela citada obra, realidade que vem nos causando elevados prejuízos. Os hóspedes reclamam por não terem acesso e até mesmo visão do mar, pois oferecemos hospedagem de um hotel com pé na areia, o que infelizmente não está acontecendo. Eu fui subsecretário do Planejamento do governo Buriti e secretário de Infraestrutura do governo Cássio. Acompanhei a execução de grandes obras do Estado e defendi intransigentemente o cumprimento do cronograma da obra, inclusive para evitar os aditivos que sempre geram reajustes, muitas vezes excessivos e até mesmo criminosos.

Em janeiro de 2023, o prefeito atual anunciou o início da obra prometendo sua entrega em maio do mesmo ano. Em seguida, assistimos os sucessivos anúncios de conclusão da obra durante todo ano de 2023. Ora, já estamos em 2024 e, e não enxergamos avanços na obra. Possivelmente, a conclusão não ocorrerá tão cedo!

Segundo as informações locais, há previsão de que a referida obra poderá ser concluída no final do próximo mês, fevereiro de 2024 – o que não acreditamos diante de sucessivos adiamentos. Daí se conclui como o atual administrador não tem organização e muito menos respeito pelos contribuintes.

A obra já se encontra sobre a administração de outra empresa, não conheço a sua capacidade, mas posso afirmar que trabalha com muita morosidade e sem uma data para finalização da mesma. Esta segunda empresa veio do Estado do Maranhão, o mais pobre da federação, com 58% da população em estado de pobreza e com o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) menor do país, apesar desse Estado ter sido administrado por presidente da república, governadores, senadores e deputados federais, todos do Maranhão, como os Sarney, Lobão, Cafeteira e os Flávio Dino. Finalmente, o Maranhão possui lindas praias, o Parque Nacional dos Lençóis Maranhense, terras férteis e outras riquezas suficientes para que o Estado não enfrentasse tanta pobreza e miséria. Vamos torcer para que essa segunda empresa, que veio do Maranhão, milagrosamente conclua essa obra que está prejudicando muita gente da Paraíba.

Nesse diapasão, como empresário do setor hoteleiro, e, principalmente, na condição de cidadão que paga seus impostos em dia, recomendo a atual gestão que, ao planejar uma obra na Orla – cartão-postal da cidade –, o faça com um cronograma preciso, com conclusão antes da alta temporada, como forma de ofertar aos turistas e aos residentes a bela visão do mar da nossa terra durante o verão.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB