João Pessoa, 22 de novembro de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Nem acordando “Rodrigues”, como se convencionou apelidar em Campina o dia em que Cássio amanhecia de mau humor, o ex-governador da Paraíba tem saído do novo estilo adotado após os reveses últimos e o final da novela em torno de sua posse.
Por decisão íntima ou por estratégia de momento, o senador tucano esfriou o sangue, petrificou os nervos e escudou o estômago para não sair do sério e nem “pegar ar” com provocações ou perguntas mais embaraçosas da imprensa.
Desde que assumiu o Senado, numa luta tida por muitos como quase perdida, não há registro de uma declaração mais cortante ou uma provocação que lembre o auge das crises políticas que lhe acompanharam durante quase todo percurso de governador.
Cássio se apresenta mais sereno. Não dá pra saber se para se comportar nessa linha há esforço e desdobro ou se a atual fase é realmente a tradução de um amadurecimento pessoal, fruto da vivência e experiência rica em altos e baixos.
O ex-governador deve ter escolhido o comedimento para tocar esse novo ciclo. Cássio tem sido comedido em todas as respostas sobre os mais variados temas. Evita e se esforça a não proferir palavras ou declarações mais ríspidas contra os adversários.
Resta saber se esse novo Cássio se manterá gélido, centrado e afastado do rame-rame quando 2012 e as provocações naturais das disputas chegarem. Por enquanto, Cássio tem vencido a própria natureza Cunha Lima e reagido ao fogo com gelo.
Reforma –
Sem enveredar pelas propostas em tramitação no Congresso, o senador Cássio discorreu sobre a reforma política durante sua longa entrevista ontem ao Correio Debate (rádio).
Desvinculação –
Para o tucano, qualquer alteração nas regras eleitorais só seria válida se o efeito vigorasse para 10 ou 12 anos adiante. “Tem que se distanciar dos atuais mandatários”.
2010 e 2012 se repetem –
Para diferenciar a conjuntura atual com a eleição de 2010, quando a candidatura de Cícero Lucena foi rifada, Cássio lembrou que só divergiu da postulação do ‘amigo’ porque o senador avisou que não votaria com Ricardo, em caso de segundo turno. E Cícero agirá diferente na eleição em João Pessoa, se houver dois turnos?
Olhos para o TJ –
O TJ aprecia amanhã o Caso do Ipep versus Sindicato dos Servidores. Entretanto, o que deve roubar a cena será a discussão sobre um possível direcionamento da distribuição do processo, impetrado para liberação de R$ 8 milhões, à 5ª Vara da Fazenda, cuja titular é a juíza Lúcia Ramalho.
Prevenção e controle –
Nem esperou esfriar a greve do Fisco, o governador Ricardo anunciou a fusão das secretárias da Receita e das Finanças com a criação da pasta da Fazenda. A medida aumenta o controle entre arrecadação e despesa e diminui a vulnerabilidade do Estado em caso de greve do Fisco.
De canto a canto –
Cada vez que alguém lhe pergunta se toparia novamente disputar a Prefeitura de Campina Grande, o vice-governador Rômulo Gouveia responde com largo sorriso.
Na mesma –
O publicitário Lucas Sales, da 9Idéia, assegura que não há alteração na relação com o prefeito Carlos Rafael que andou se queixando da reconhecida e qualificada agência.
Engorda –
Por falar em Cajazeiras, o prefeito demitiu ontem 150 servidores. Há categorias em atraso. Ah, mas Carlos Rafael mandou projeto para elevar os valores das suas diárias.
Vivo –
O ex-senador Wilson Santiago (PMDB) não parece disposto a mergulhar. Voltou ao noticiário político ontem defendendo a nova partilha dos royalties da camada pré-sal.
Próximos capítulos –
A novela entre os deputados Aníbal Marcolino e Tião Gomes ainda reserva outros lances de ódio e intriga. Marcolino quer que o PSL lance candidato em João Pessoa.
Conselheiros –
O PSB instala na próxima sexta-feira, em solenidade no Hotel Xênius, na orla, o Conselho Político do prefeito Luciano Agra. Edvaldo Rosas quer reunir vinte partidos.
Complexo –
Pelos cálculos da Secretaria de Saúde de João Pessoa, a entrega ontem de 40 novos leitos no Hospital Ortotrauma beneficiária 180 cidades conveniadas com a Capital.
Troco –
O ex-presidente do PPS, José Bernardino, prometeu processar o vereador Bruno Farias (PPS), autor de acusação de desvios de recursos do partido em benefício de parentes.
Tabuleiro –
O prefeito Veneziano Vital (PMDB) citou Zé Luiz e os secretários Metuselá Agra e Alex Azevedo, mas distinguiu o nome de Tatiana Medeiros. “É uma opção forte”.
Reajuste –
A equipe econômica do Governo quebra a cabeça para garantir aumento substancial ao funcionalismo estadual em janeiro do próximo ano. É uma das prioridades de 2012.
PINGO QUENTE – “A Oposição só faz puxar a cidade pra baixo”. Do prefeito de João Pessoa, Luciano Agra (PSB), tentando botar pra cima seu discurso de candidato a reeleição em 2012.
*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba
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OPINIÃO - 22/11/2024