João Pessoa, 26 de janeiro de 2024 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Uma senhora pobre revoltou-se porque os valores do bolsa família teriam sido reajustados acima dos das aposentadorias e pensões, segundo mensagem que circulava nos grupos bolsonaristas, dos quais é participante mais afoita.
Um absurdo, posto que, segundo a mentecapta, privilegiavam-se os vagabundos em detrimento da gente trabalhadora. Não conferi a veracidade da informação porque isto não importaria, ante os dados sobre a desigualdade e a concentração de renda no mundo e no Brasil, a justificar qualquer medida de inclusão social.
De fato, o Relatório Desigualdade S.A. da Oxfam, de 15 deste mês, informa que se mantida a discrepância entre os mais ricos e os mais pobres, a pobreza talvez somente seja erradica em 230 anos.
De acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano 2021/2022, publicado pela ONU (PNUD) em 2023, os países africanos e americanos, sobretudo da América do Sul e Central, sofrem maior concentração de renda.
O Brasil tem lugar negativo de destaque. O Índice de Gini, coeficiente que mede a concentração de renda, mostra que o Brasil ocupa o 14 lugar, dividindo essa vergonhosa posição com o Congo, cujo índice é 48,9. Pois é. Em termos de desigualdade social, o Brasil só ganha de trezes países, a maioria de países africanos.
Por outro lado, segundo o IBGE, a parcela de 1% dos brasileiros mais ricos ganha uma renda média mensal 32,5 vezes maior que o rendimento da metade mais pobre da população do País. Em 2022, por exemplo, quando o país ainda era governado pelo capeta, o País teve, segundo o IBGE, o menor resultado no coeficiente de Gini desde 2012.
Voltando ao Relatório da Oxfam, 63% da riqueza do Brasil pertence a 1% da população, sendo que os 50% mais pobres detêm apenas 2% do patrimônio do país. Compreende-se por que aqui, as políticas públicas de inclusão social são, quase sempre, detonadas por essa gente graúda que explora os trabalhadores e os convence a ser pobres de direita.
@professorchicoleite
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