João Pessoa, 28 de janeiro de 2024 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A coluna do K abre espaço para publicar o texto escrito por Renata Neiva, em homenagem ao seu pai, Otílio Neiva, que nos deixou há trinta e dois dias. Otilio é uma lembrança que não sai do nosso pensamento. Renata é formada em Direito, Procuradora do Municipio de Sapé
Há 30 dias que te espero passar no corredor, que abro a porta da cozinha na esperança de te encontrar na cabeceira da mesa, que acordo a noite e procuro o celular em busca de notícias tuas…
Como têm sido difíceis os dias sem tua presença, meu pai! Tudo me faz lembrar de ti, tantos momentos felizes que vivemos juntos, desde nossa infância… quando tu nos levava para trabalhar aos sábados, escolher fitas K7 para vermos nos fins de semana… (tu já tinhas assistido todo o estoque da VIP video) e no meu aniversário, que Andréa tinha direito a escolher um presente também, e vice versa, sempre nos ensinando a importância de ter irmãos e dividir o que temos…
Depois vieram os shows, boates, São João de Patos, Santa Luzia, Micaroas, verões de Camboinha e você sempre presente, fazia questão de nos acompanhar em cada momento… e ter a casa sempre cheia dos nossos amigos!
Quando casei, me perguntastes na porta da igreja o que era pra fazer, falei que era pra entrar, dar um beijo na minha testa e um tapinha nas costas de João Neto, e tu dissestes: “posso dar um murro?” Não sabias tu que ele seria o filho que tu nunca tivestes, e como era linda a relação de vocês… se juntaram e decidiram que iríamos voltar a morar lá em casa… e assim construístes uma suíte embaixo, com closet e tudo mais que tinha direito… só para que pudéssemos estar mais pertinho de ti!
Como tu fostes um pai maravilhoso para nós três, presente, amigo, brincalhão, que nunca brigava, só amava, sempre tentando realizar todos os nossos sonhos.
Um marido apaixonado, que não olhava nem de lado para mulher alguma… tinha Mainha como verdadeira princesa e companheira de todos os momentos! Viveram intensamente cada minuto que a vida lhe concedeu.
Um avô babão, que fazia as melhores brincadeiras, deixava Cecília e Leo pintarem e bordarem… como eles te amam e sentem tua falta!
Um filho exemplar, que saía daqui todas as quartas para almoçar com vovô e vovó, sem falar na nossa infância, quando íamos todos os fins de semana para Recife! amavas estar junto da tua família e dos teus irmãos, que ficaram ao teu lado até teu último suspiro!
Perguntei, em um dos dias que estavas no hospital, se tinhas sonhado com vovô, respondestes que sim, e que ele tinha dito: “que família linda!” Isso mesmo, pai! Que família linda tu formastes!
Todas as demonstrações de carinho com tua partida só mostraram como tu eras amigo dos teus amigos, aquele fiel que sempre tinha uma mão pra ajudar e uma piada pra soltar!
Como era linda tua fé e tua vontade de ajudar o próximo, muitas vezes deixava faltar para ti pra dar a quem precisava mais… e como foi louvável a maneira que tu encarastes o que Deus tinha preparado para tua vida: uma cruz que tu tinhas que suportar e carregastes com maestria.
Em um dos teus últimos dias me dissestes: “tá pesada essa cruz!” Mas não existe céu sem Cruz, e assim eu creio que tu passastes 40 dias no deserto e ressuscitastes no terceiro dia.
Pedi tanto por tua cura física, mas Deus te deu algo bem maior: a tua cura espiritual. Esse é nosso consolo, pudemos orar e te conduzir até o céu!
Tu não morrestes, tu vives em meu coração, em minhas lembranças e na esperança de um dia nos encontrarmos! Fecho os olhos e posso te sentir olhando por nós lá de cima!
Te amarei eternamente!
Teu primeiro amor, Renata ❤️
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TURISMO - 19/12/2024