João Pessoa, 30 de janeiro de 2024 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Com o crescimento da população, especialmente nas grandes cidades de todo o mundo, cada dia se torna mais importante a criação de alternativas viárias e de transporte para os necessários deslocamentos das pessoas. Assim, o desenvolvimento de novas tecnologias e o aprimoramento da engenharia de tráfego se tornam cada vez mais importantes.
Contudo, a tecnologia, a engenharia moderna, o disciplinamento legal e até mesmo a ampliação e melhoria das vias públicas por si só, não são suficientes para uma boa e harmônica mobilidade urbana. Faz-se necessário ainda, que, condutores e pedestres, se respeitem mutuamente e cumpram à legislação devida.
No mundo todo, e no Brasil não é diferente, a mobilidade urbana enfrenta vários desafios, como a falta de espaço para suportar a quantidade de veículos em circulação, sejam estes privados ou de transporte público coletivo. Em decorrência disso, em horários de pico, as rodovias e avenidas ficam congestionadas com facilidade. Assim sendo, muitas pessoas passaram a utilizar veículos outros, como as bicicletas, por exemplo.
Tal alternativa para a mobilidade urbana é de suma importância, pois se constitui num tipo de transporte não poluente ao meio ambiente, é econômico, ágil e saudável para o seu condutor. Sem contar que com este veículo, o ciclista poderá fugir dos congestionamentos corriqueiros do trânsito. Além de ser também uma boa opção para a prática esportiva e o condicionamento físico.
Portanto, para que esta boa alternativa de transporte continue se desenvolvendo e beneficiando ao seu usuário e a sociedade como um todo, é necessário que algumas iniciativas e ações por parte dos gestores públicos, motoristas, ciclistas e sociedade em geral, sejam ampliadas e/ou postas em prática. Dentre estas quero destacar duas: a) a ampliação e melhoria das ciclovias e ciclofaixas exclusivas, uma vez que tal malha cicloviária tem crescido em ritmo muito aquém da necessidade, e b) que motoristas, ciclistas e pedestres respeitem às leis, a si próprio e aos seus pares. Pois o que temos testemunhado diariamente é que, em geral, os motoristas não respeitam os ciclistas, que por sua vez não respeitam os pedestres na faixa ou nas calçadas, e estes comumente ficam a transitar pelas ciclovias e ciclofaixas.
Todos devem saber que, conforme preceitua a legislação pátria, bicicletas têm prioridade sobre os veículos maiores e os que possuem motor, ou seja, o motorista sempre que possível deve conceder a passagem ao ciclista. E tanto o motorista quanto o ciclista devem prezar pela segurança do pedestre (parágrafo 2°, do artigo 29, do Código de Trânsito Brasileiro – CTB).
Segundo um monitoramento feito pela Aliança Bike (Associação Brasileiras do Setor de Bicicletas), que ouviu todas as prefeituras das capitais brasileiras, entre junho 2022 a junho de 2023, na média, as capitais brasileiras possuem apenas 161,7 km de ciclovias e ou ciclofaixas.
Numa comparação entre o volume de ciclovias e ciclofaixas e a população residente, o principal destaque é Florianópolis-SC, com 22,96 km a cada 100 mil habitantes; seguida por Brasília-DF, com 21,79 km e Palmas-TO, com 20,48 km a cada 100 mil habitantes. A capital paraibana, João Pessoa/PB, segundo o referido monitoramento, está na décima segunda posição, com cerca de 101,4 Km de ciclovias / cioclofaixas, o que corresponde a aproximadamente 11,4 Km para cada 100 mil habitantes.
Além da precariedade e carência de ciclovias / ciclofaixas, e da falta de respeito mútuo entre estes condutores e pedestres, todos ainda precisam lidar com outros problemas nos seus deslocamentos diários, como os buracos nas vias e calçadas, a falta de iluminação na maioria destas e a insegurança pública que assola o Brasil.
Portanto, é necessário que haja mais respeito, atenção e harmonia entre gestores públicos, motoristas, ciclistas e pedestres.
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TURISMO - 19/12/2024