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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Kamikaze

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publicado em 03/02/2024 ás 07h32
atualizado em 03/02/2024 ás 09h15

Já passaram por esse espaço meu pai, minha mãe, meus amigos e o velho e invisível Avôhai, que falava  pronunciando reticências do gado, do povo marcado.

A manicure e pedicure Neide de Arrigo Barnabê, os bem vindos e bem-casados, Eça e Ella Fitzgeald, Nina e Simone, sem Simaria sambando, menos Maiara & Maraisa.

Passaram o velho Zuza, Nequinho, o mendigo Serafim, cujo tesouro era um saco nas costas, e o louco que achava ele era um relógio.

Os poetas  Walter Galvão, Drummond e Leminski e os que criaram ilusões óticas, seguidas de papos de oitão. Passaram a professora Z, o cinema de Vianei e a bruxa M, que não vale um tostão furado. Até o General Osório, dava o ar de sua graça e desgraça.

Também passaram meninas de tranças com seus gemidos abafados e o disco Transa do Caetano.

O Cidadão Kane, Orson Welles e o magnata da mídia Charles Foster Kane, que ao morrer, pronuncia a enigmática palavra “Rosebud”.

 O ProjetoK  e minha prima de São Paulo, Joana Darck, que pulou uma fogueira, mas antes,  me deu o nome de Kubitschek. O bico do pássaro da manhã e minha kuca batuca.

Bares, farras e  as tripas de todas as  tribos da mais sutil miséria. O bairro de Miramar, Loca Como Tu Madre e a fome de viver de David Bowie, além dos namorados da canção de Chico César, que andavam nus lado alado com a utopia. A jia, seu marido jiló e a geleia de mocotó colombo. Haja lombra. Muita língua e muita malicia. Até o eixo do sol e o menino Miguel.

O signo meu ascendente escorpião, a virgem sem sangue e o extinto Clube da Varanda. Também Bolinha, Lili, Nito e o imprevisível e volúvel finado Snobel. JardeLindo, a tresloucada europeia Maumetica, Alé Penteado e Claudicante Piva.

A Beira Rio, berinha de cama, as Muriçocas do Miramar,  a luxuria de Padre Egidio, Tigido, tingido, tinindo na lente de Tarantino, menos as raparigas de Chico.

Passou por aqui a ponte da liberdade, que liga João Pessoa a Bayeux e as putas de todas as esquinas, na qual machos enrustidos tiram o atrasado da mesmice. Os gays,  travecas e Nossa Senhora do Bom Parto.

Por aqui,  Jesus, o traíra Judas e Lázaro que morreu duas vezes. Marcos Pires e seu polegar esmagado no asfalto e a Glória de Tal. A generosidade (não o egoísmo) de poucos, a bondade e o cuscuz. Até a nobreza. E os desenhos eróticos do KamaSutra.

Passaram tanta coisa por aqui: mais elegante Vandinha, a transcendental Dani Fialho e a bela preta Anita, minha namorada do Castelo Branco. Meu medo, meu tesão.

O pitoresco e o medíocre que compra seGuidores e faz cenas com postagens idiotas.

Benditas sejam as nuvens cor de algodão do Cabo Branco, elas passam, passarão. E eu também, passarinho.

Kama e mesa. Sexo tantra. Só entende quem penetra.

K  não explica

Kamikaze é um termo em japonês que significa vento de Deus ou vento divino, na língua portuguesa. Precisa dizer  mais?  Esta palavra tornou-se conhecida por ser o nome de um tufão que, supostamente, teria salvo o Japão de ser invadido por um exército de conquistadores do Império Mongol. Já pensou, um império mongol?

Kapetadas

1 – E esse fevereiro que não passa, hein?

2 – Atrás de uma grande fortuna há um crime. E, às vezes, na frente, embaixo, em cima e dos lados.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB