João Pessoa, 27 de fevereiro de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (27), Ana Cristina Pimentel, mãe de Eloá, disse não ser justa a aplicação hipotética da pena de morte contra Lindemberg Alves, 25, condenado no último dia 16 a 98 anos e dez meses de prisão pela morte da jovem em 2008.
“Ele deve pagar pelo que fez aqui [em vida]. Em outro canto ele não tem como pagar. Que ele reflita sobre o que fez e não venha cometer [crimes] de novo”, disse, após ser questionada por um jornalista.
O Código Penal brasileiro não prevê a aplicação da pena de morte –adotada em vários países– e determina que o período máximo de detenção é de 30 anos. "Para mim esse tema é muito difícil porque, em primeiro lugar, sou evangélica. Então, no meu coração não entram esses sentimentos de morte."
Ana Cristina disse também que não teme Lindemberg, mas espera nunca ter que encontrá-lo. “Medo dele eu não tenho. Só espero nunca encontrar com ele no dia em que ele sair [da prisão]”, afirmou.
A mãe de Eloá afirmou que o caso “é uma página virada” em sua vida, independentemente do que acontecer com o resultado do julgamento. A advogada de Lindemberg, Ana Lúcia Assad, entrou com requerimento no TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) pedindo anulação do júri que condenou seu cliente e também a redução do tempo de condenação.
Advogada "estressada"
Para a mãe de Eloá, a advogada “prejudicou demais Lindemberg no julgamento”. “Ela ficou muito nervosa, muito estressada”, afirmou. Ana Cristina disse ainda ter ficado “chocada” com o depoimento do Lindemberg. “Ele mentiu em tudo. Só não mentiu quando disse que atirou na Eloá.”
A entrevista foi concedida no escritório do advogado de Ana Cristina, Ademar Gomes. Ele disse não acreditar na anulação do julgamento, mas admite que a pena possa ser reduzida. “Até acredito que a pena possa ser reduzida para 60, 70 anos.”
O mecânico Emerson Gentil Dardis, 28, que recebeu os rins e o pâncreas da Eloá, acompanhou a coletiva.
Uol
OPINIÃO - 22/11/2024