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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Sorria. Comemore. Compartilhe.

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publicado em 10/02/2024 ás 07h00
atualizado em 10/02/2024 ás 09h08

(dedicado as  rainhas e “maridas” JóriAdrianAna e ao desafiador OlavoBilac)

Cúmplice e diacrônico. Lembranças dilapidadas de velhos carnavais, as farras homéricas nas ruas de Olinda nos anos 80, uma festa clandestina sobre a Terra, em constelações de cabeças acesas, centauros, semáforos verdes, letreiros no peito das camisetas “Eu Acho é Pouco”, pedindo mais.

Ao anoitecer, um Homem da Meia Noite iluminava as ladeiras e os prediletos beijos nos 4 cantos. Na Sé, a fé e nada a falhar.

Outra boneca, A Mulher da Tarde, noutra sacada, a imagem eterna da bela atriz Catherine Deneuve a lunar-estelar das tardes prazerosas de Paris, do filme Belle de Jour, 1967, de Luis Buñuel. Deneuve convertendo os prazeres do corpo, numa encadernação vistosa.

Existe todo tipo de carnaval no esplendor e miséria dos espelhos narcisos circundantes que confundem o desconhecido e as colombinas combinavam com tudo. Ainda hoje é assim:  uma cornucópia de mulheres bonitas no mesmo bloco das feias de Vinicius de Moraes escambau

O fascínio de ser jovem impulsiona a navegar entre seres imaginários e galáxias terrenas, desorientando o bando por certa visão turva, mas nem tudo é carnaval, de tal forma fulgurante e vasto que nada nos deixava exaustos. Obrigado ao tempo, muito obrigado.

Carnaval na tela do filme A Lira do Delírio, de 1978, drama, dirigido por Walter Lima Júnior, com Anecy Rocha e Nara Leão (foto) se beijando na boca sob o infinito amanhecer numa pracinha de Niterói.

A refrão ou dar ou desce daria outro filme.

A curtição no carnaval era a festa dos grandes amores, mas hoje só rola com wi-fi, essas novas tecnologias que surgem para reproduzir nossas fantasias na tela do celular  –  eu e você, passamos do possível para o possível. Sacou?

O que você deseja? Ah, as exceções excedem compulsivamente. Mas o prazer permanece inatingível. In suficiente. Como eu posso lhe ajudar? Eu sou Nero, digo mero aplicativo gratuito.

Mano, que delírio. Por favor, aguarde enquanto atualizo seu perfil.

Kapetadas

1 – O dia já começou por aqui. E aí?

2 – Nesse calorão, fica mais fácil colocar panos quentes em tudo.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB