João Pessoa, 19 de novembro de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O direito de greve é legítimo e constitucional. Assiste a mais modesta até a mais abastada classe do serviço público. O direito de contestá-la também. E foi esse embate travado entre Governo e Fisco. De um lado, uma categoria se dizendo vilipendiada nos seus direitos de aumento previstos em lei e sem humor para esperar.
Do outro, o Estado pedindo paciência aos grevistas e prometendo regularizar a situação dessa e de outras categorias assim que a gestão também cumprisse os ditames de outra Lei, de caráter ainda mais imperativo: o da Responsabilidade Fiscal.
No bojo do impasse, como manda a previsão do Estado de Direito, coube à Justiça exercer o seu papel de mediadora e espaço final de conciliação de interesses conflitantes. O Tribunal de Justiça não se furtou a exercer esse papel e botou fim a uma queda de braço que, independente do desfecho, teria só o contribuinte como derrotado.
Mas o rescaldo ainda está por vir. O radicalismo da greve e a demora do seu estancamento entrarão na contabilidade onerosa dos cofres do Estado. Embora seja possível recuperar parte do que foi perdido, o saldo negativo da paralisação é impossível de se calcular, porque extrapola o imposto não arrecadado.
O centavo que deixou de entrar no caixa do Governo não fará falta alguma ao senhor Ricardo Coutinho e nem muito menos à recheada tesouraria do Sindifisco. O impacto na economia não afeta apenas comércio e indústria. Essa fatura será debitada, em doses homeopáticas, na conta dessa Paraíba, cansada de pagar a vida boa de poucos.
Boicote? –
Qual seria a tradução prática do simbólico recado do presidente da Fenafisco, Manoel Izidro, avisando que o Fisco da Paraíba vai combater este Governo “até o final”?
Alfinetada –
“O governador tem essa resistência. Ele escolhe a lei que quer cumprir”. Do vice-presidente do Sindifisco, Roberto Paiva, após a decisão do TJ que suspendeu a greve.
Fogo amigo no Governo –
O senador Vital do Rêgo (PMDB) reagiu com perplexidade à declaração do ministro Edison Lobão, das Minas e Energia, colocando o paraibano numa situação desconfortável ao dizer na imprensa nacional que os números apresentados pelo relator da matéria dos royalties não batem com os números do Governo.
Reação imediata –
Ao tomar conhecimento da informação, Vitalzinho reuniu sua assessoria e decidiu produzir uma nota para rebater a insinuação do ministro, feita logo depois de um encontro formal com o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), e a presidente Dilma Roussef.
Depois do fogo, a água –
Enganou-se quem pensava que o fogo amigo havia feito o secretário Lucius Fabiani esmorecer na defesa da manutenção da aliança do PT com o PSB em João Pessoa. “Não queremos o PT a serviço de determinadas oligarquias da Paraíba. A candidatura posta está sendo instrumentalizada”.
Marasmo –
Sem querer polemizar com Fabiani, a queixa do presidente do PT, Rodrigo Soares, sobrou para Agra. “João Pessoa está parada. A cidade não tem tido o cuidado devido”.
Por fora –
Não demorou e ouviu chacoalhada do chefe do Gabinete, Raoni Mendes (PDT). “Ele está muito concentrado nas coisas do PT e desconhece os avanços da nossa gestão”.
Se… –
Pergunta do apimentado vereador Marcus Vinicius (PSDB). “Se for provado que a assinatura na procuração é falsa, a Prefeitura pagará a Daniel e cobrará de Pietro?”.
Critério –
Do prefeito Veneziano Vital sobre sua nova coordenadora política, Lídia Moura (PMN). “Ela atende os requisitos. Só lamento que ela não tenha aceitado o nosso convite antes”.
Orientação –
Veneziano quer que o papel da articulação política não se restrinja ao ajuntamento partidário. “Tem que ser vista de forma amplificada com o diálogo com a sociedade”.
Paternidade da indecência –
O deputado Manoel Ludgério (PSD) voltou à carga sobre o impasse com Doda de Tião (PPL). “Indecente mesmo era eu aceitar que o ex-deputado Jacó Maciel fosse traído”.
Razões –
“Não quero polemizar, penso no macro, tanto que não criei problemas para Doda integrar a base do governador Ricardo”, justificou Ludgério em contato com a Coluna.
História e estória – Ao colunista, Manoel disse que a versão de Doda é uma ‘estória’ e prometeu: “Um dia lhe contarei a verdadeira história e aí, sim, as propostas indecentes feitas a mim”.
Mapa astral –
Derrotado na vaga do TCU, o sonho do deputado Damião Feliciano ainda ser ministro não morreu. Com a iminente queda de Luppi, o PDT já preenche lista de opções.
Prato do dia –
Mesa do Classic reuniu ontem o deputado Manoel Júnior (PMDB) e os advogados Roosevelt e Raoni Vita, contratados por Daniel Cosme Gonçalves, da New Life.
PINGO QUENTE – “Antes tarde do que nunca”. Do senador Cássio Cunha Lima (PSDB) aos jornalistas Cláudia Carvalho e Josival Pereira interpretando como “distensão” os elogios do ex-governador Maranhão.
*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba
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OPINIÃO - 22/11/2024