João Pessoa, 21 de fevereiro de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Fossa localizada entre estacionamentos das mais importantes Casas do Legislativo e do Executivo jorra por horas a céu aberto; alertada por um funcionário do Senado, a reportagem flagrou o problema na semana passada.
“Tem como colocar cheiro nas imagens?” Foi com essa ironia que um ex-diretor do Senado referiu-se, em queixa feita ao Congresso em Foco, às imagens captadas pela reportagem. Num ponto entre os prédios em que as leis são elaboradas e aquele em que elas são sancionadas e executadas, um esgoto jorra água suja e fétida. Era uma manhã de quarta-feira (16 de fevereiro), temperatura superior aos 30 graus, quando o servidor, ao estacionar ali seu carro deparou com o esgoto aberto e, diante do cheio e da sujeira, resolveu denunciar o que interpretou como descaso do Governo do Distrito Federal com o saneamento da cidade.
De um cano de cimento, a água jorra em um descampado de cerca de 400 metros que é usado como estacionamento improvisado. O terreno fica ao lado de um dos estacionamentos dos anexos do Senado e contíguo a outro que pertence à Presidência da República. Segundo o vigia terceirizado que cumpria jornada de 12 horas no local, os responsáveis pelo setor de serviços gerais do Planalto (a área fica atrás do prédio-mor do Executivo) não têm o costume de vistoriar o matagal.
Assim, a água apodrecida jorrava sem parar, em erupção de horas a fio, formando uma poça fétida ao redor da fossa de cimento – como os dejetos líquidos estavam em ação desde a manhã daquela quarta-feira, e até a visita da reportagem mantinha seu “curso” firme, há a possibilidade de que tenha ficado por mais de 24 horas naquela situação.
Contatada por telefone, a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) fez questão de manter viva a chama da burocracia brasileira. Informada da existência do esgoto a céu aberto, perguntou se já havia uma “ordem de serviço” para o problema e qual era o endereço (!) do Palácio do Planalto. Mesmo depois de informada que o problema ocorria nos fundos do prédio, do lado que não se vê da Praça dos Três Poderes, a Caesb insistia: “A gente precisa do endereço exato, por causa do sistema”. Não se sabe se, ou quando, a Caesb verificou a existência do problema.
Congresso em foco
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