João Pessoa, 21 de fevereiro de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Guitarra em mãos e usando uma camiseta com os dizeres: "Clarín mente", em referência ao jornal crítico ao governo.
Foi assim que o vice-presidente argentino, Amado Boudou, apareceu em público, apenas alguns dias depois de ter sido acusado de vínculos irregulares com empresários.
Boudou apresentou-se na Festa do Lago Argentino, em El Calafate, com a banda com quem sempre toca, La Mancha de Rolando, depois que a primeira denúncia veio à tona, na semana passada, por meio de programa da Rádio Mitre (do Grupo Clarín).
Segundo a acusação, Boudou teria favorecido a compra de uma gráfica por parte de um amigo, Alejandro Vandenbroele.
A Ciccone Calcográfica teria sido salva da falência por meio da intervenção dele. Depois, teria recebido investimento de 1,8 milhão de pesos (R$ 712 mil) por meio de uma outra empresa que estaria vinculada a Boudou, a London Supply.
A Ciccone fez os panfletos eleitorais da chapa presidencial de Cristina Kirchner, durante a campanha do ano passado. Depois da posse, a gráfica foi encarregada de imprimir notas de 100 pesos.
Até agora, nem Boudou nem nenhum membro do governo deu explicações sobre as suspeitas, mas o promotor Carlos Rívolo anunciou na última sexta-feira que irá investigar o caso.
Nos dias seguintes à primeira acusação, surgiram novos detalhes dos vínculos de Boudou com empresários amigos. O luxuoso apartamento em que vive, no bairro nobre de Puerto Madero, em Buenos Aires, pertenceria a um outro sócio de Vandenbroele.
No fim de semana, a revista "Notícias", editada pelo grupo Perfil, também crítico ao governo, apresentou um novo personagem do intrincado enredo. Trata-se do empresário José María Nuñez Carmona, amigo de infância do ex-presidente. Carmona teria trabalhado para que a Ciccone não quebrasse e possuiria duas empresas em sociedade com Boudou.
Folha
OPINIÃO - 22/11/2024