João Pessoa, 21 de fevereiro de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Os ministros das finanças da zona do euro fecharam na madrugada desta terça-feira um resgate de 130 bilhões de euros (US$ 171,9 bilhões) que será dado à Grécia. Sem o pacote, o país acabaria decretando um calote no próximo mês e poderia ser obrigado abandonar o euro. Mas, para receber seu segundo salvamento em menos de dois anos, Atenas foi forçada pelas autoridades europeias a se comprometer com cortes impopulares, e os credores privados dos títulos do país tiveram que aceitar perdas maiores do que previam.
– Não é exagero dizer que hoje é um dia histórico para a economia grega – disse o primeiro-ministro grego Lucas Papademos.
O acordo foi saudado como um passo adiante dado pela Grécia, mas logo surgiram dúvidas sobre o alcance do resgate: o pacote será capaz de ir além dos problemas mais urgentes da dívida grega?
A Grécia vai precisar de mais ajuda se quiser de fato trazer sua dívida ao nível previsto no pacote europeu e, ainda sim, continuará "propensa a acidentes" nos próximos anos, segundo um relatório elaborado por especialistas internacionais obtido pela agência de notícias Reuters.
Após 13 horas de negociações, os ministros acertaram medidas para reduzir a dívida da Grécia a 120,5% do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de riquezas produzidas pelo país) até 2020, pouco acima do objetivo inicial, para assegurar o seu segundo resgate em menos de dois anos e honrar o pagamento dos títulos gregos que vencem em março.
Ao determinar que o Banco Central Europeu (BCE) vai distribuir seus lucros com a compra de títulos e que os credores privados dos títulos gregos sofrerão mais perdas, os ministros europeus reduziram a dívida da Grécia a ponto de permitir o financiamento do Fundo Monetário Internacional (FMI) e ajudar a fortalecer a zona do euro.
As medidas de austeridade tomadas pelo país são amplamente criticadas entre os gregos e já representam um empecilho ao processo político grego, que realizará eleições em abril.
O Globo
OPINIÃO - 22/11/2024