João Pessoa, 18 de fevereiro de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Uma equipe de Áudio Visual do Instituto Federal de Educação Tecnológica – Campus Monteiro, desembarcou na cidade de São João do Tigre, na última quarta-feira, para realizar um documentário sobre uma das mais expressivas tradições da cultura nordestina, na época do carnaval, que é o Bloco de Papangus de São João do Tigre.
Durante três dias, cinegrafistas, técnicos, o diretor cinematográfico Adilson Luiz Silva e o diretor teatral Cézar Lima, acompanharam todos os preparativos e as histórias de vida das pessoas reais que se escondem por trás dos personagens do Bloco dos Papangus do Tigre. A realização do documentário é fruto de parceria entre a Prefeitura de São João do Tigre, Núcleo de Audio Visual do IFPB e Teatro Jansen Filho.
Contam os historiadores que a figura do Papangu surgiu pelos anos de 1900, quando os mascarados confeccionavam seu traje artesanalmente e ao pedir comida nas casas recebiam angu. Por volta de 1905, as primeiras máscaras eram confeccionadas com papel usado para embrulhar charque, e as fantasias eram enfeitadas com folhas de bananeiras e cajueiros, espécies abundantes na região. A partir da década de 50, os mascarados que batiam às portas dos moradores passaram a receber deles cuias de angu, comida típica feita à base de farinha de milho. A partir daí a população passou a chamá-los de Papangus.
Mais do que um simples mascarado, o papangu é uma brincadeira do interior, que consiste num jogo de identidades, pois durante o carnaval ninguém sabe quem é quem. O sucesso da brincadeira depende do sigilo absoluto, que inclui desde a confecção da máscara, vestimenta e local de troca de roupa, esconder a sexualidade e camuflar a voz e até o jeito de andar. Após vestir-se, ele sai de casa em casa, até ser descoberto, somente depois disso é que ganha o prêmio, que vai desde angu, bolo, bebida, cachaça ou o que tiver.
Assessoria
ENTREVISTA NA HORA H - 27/11/2024