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Ana Karla Lucena  é bacharela em Direito pela Universidade Estadual da Paraíba. Servidora Pública no Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba. Mãe. Mulher. Observadora da vida.

O florescer dos cactos

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publicado em 11/03/2024 ás 07h00
atualizado em 10/03/2024 ás 19h12

Minha casa, meu jardim

Minha casa possui um belo jardim. Segui o conselho de Shakespeare, plantei, decorei, assim não precisarei que ninguém o faça por mim.

Possuo flores das mais variadas espécies, azaleias, orquídeas, margaridas, cravos, gardênias… você consegue imaginar o aroma extasiante que exala delas?

É um lugar que foge de qualquer lugar comum. Podemos nos sentar em um banco de madeira e conversar, tomar um café. Podemos simplesmente nos entregar à contemplação. Vez por outra aparece um beija-flor.

Em meio a tão diversificada flora, cultivo também alguns cactos. Eu os cultivo porque são fortes, resistentes, adaptáveis às mais variadas situações. Resistem ao calor e ao frio, precisam de pouca água e não morrem com facilidade. Podem não ser tão belos quanto as flores, mas, têm raízes fortes. E o melhor de tudo, eles também dão flores. Flores lindas, de muitas cores, e elas crescem no meio dos espinhos. Espinhos que as protegem dos perigos externos. Não é incrivelmente tocante e paradoxal?

As flores exigem de mim um cuidado maior! São frágeis e por qualquer variação do tempo, murcham, morrem. Ao menor descuido, sua beleza vai embora.

Os cactos não! E, apesar dos espinhos que eles têm, me ensinaram uma lição: me ensinaram a fazer curativos. Me ensinaram a não me contentar com o óbvio, o aparente. A ter um olhar mais apurado. A esperar.

Então, quando você vier à minha casa, te presentearei. Pode ser que te dê flores. Mas também posso te presentear com cactos.

Você não os acha belos? Talvez não. Talvez você não sinta o impulso de acariciá-los como faria a uma rosa, porém, aceite-os! Pois, quando você menos esperar, eles irão florescer!

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB