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Sou um amante da liberdade.
Em primeiro lugar, quero dizer que vim ao mundo em período trágico para os brasileiros e para a própria humanidade. Assisti, como criança e menino do sítio, ainda sem entender a profundidade dos acontecimentos, primeiro a mais negra ditadura do Brasil, de 1937 a 1945, onde as liberdades foram cerceadas.
Congresso e judiciário fechados e toda imprensa brasileira amordaçada. Soma-se a tais acontecimentos o fato de que, de 1939 até 1945, vivenciei ainda como criança o maior conflito mundial que foi a segunda grande guerra, de difícil entendimento pelas suas atrocidades. Somente vim conhecer através dos historiadores tempos depois.
Cheguei uma grande conclusão: todos os ditadores são criminosos, desonestos, violentos e inescrupulosos.
Como adulto vivi todo o período da Revolução de 1964, quando as Forças Armadas atenderam ao chamamento do povo, que temia a instalação, pela esquerda, da ditadura do proletariado no país.
Para o professor Jorge Zaverucha, da Universidade Federal de Pernambuco e Doutor em Economia Política pela Universidade de Chicago, “na Revolução de 1964 houve autoritarismo de direita e de esquerda, se a direita não desse o golpe a esquerda daria”, com o agravante do uso do “paredon” de fuzilamento pelos guerrilheiros treinados em Cuba. Posso afirmar, como testemunha ocular que fui que a revolução de 1964 contou com a participação do povo brasileiro.
Para o escritor, economista e político Roberto Campos, a Revolução de 1964 manteve Congresso e Judiciário em pleno funcionamento, em nada se assemelhou ao golpe de 1937, quando Getúlio Vargas fechou todos os poderes, como também a imprensa.
Vale destacar que as informações do professor Zaverucha e do economista Roberto Campos servem também para a comprovação da inexistência de tentativa de golpe em 08 de janeiro 2023, quando os participantes sem armas e sem um líder para ditar as regras, durante um passeio pela Esplanada dos Ministérios, depois que ficaram meses pacificamente em frente aos quartéis e, ao encontrarem as portas abertas tanto do Congresso, quanto do Palácio da Alvorada; entraram muitos deles, talvez, por curiosidade, e sem saber da infiltração de baderneiros que quebraram móveis e que, se identificados, devem ser punidos.
Conclui-se que está havendo um esforço jurídico sobre-humano e um contorcionismo do Supremo Tribunal Federal (STF) para punir os participantes, mesmo sem nenhuma característica comprovada de tentativa de golpe.
Fui advogado militante por mais de cinquenta anos e me aperfeiçoei nos estudos das diversas áreas do direito, nas leis, da doutrina e da jurisprudência. Daí tenho condições de interpretar o que caracteriza tentativa de golpe, golpe e contragolpe.
Na verdade, estamos vivendo em um país em que é visível um exagero contra as liberdades individuais, que estão sendo limitadas e até mesmo eliminadas. Onde existem ideólogos defendendo absurdamente até o comunismo. Esquecem eles que o comunismo é a favor da destruição da família, educação e da propriedade.
Assim, constatamos que estamos assistindo a um ativismo ideológico injustificável. Enquanto isso, muitos brasileiros estão silenciosos e neutros diante do caos e da irresponsabilidade flagrante do governo.
O grande escritor e político Dante Alighieri afirmou em sua extraordinária obra ‘A Divina Comédia’ que: “os lugares mais quentes do inferno estão reservados para os que, diante de uma grande crise moral, mantêm sua neutralidade.”
Podemos explicitar que não houve tentativa de golpe em 8 de janeiro, simplesmente mostrando como aconteceram várias tentativas de golpes, golpes e contragolpes na a Velha e Nova República.
Na década de 1920, foram realizadas várias tentativas de golpe, tais como as do Tenentismo, dos Revoltosos do Forte de Copacabana, onde 18 deles desfilaram pela praia de Copacabana para enfrentar as forças legalistas e terminaram dezesseis deles mortos e dois gravemente feridos, sendo eles Eduardo Gomes, que depois foi brigadeiro e candidato a presidente da República, e o tenente Siqueira Campos.
Eles lutaram contra a oligarquia da velha república na década de 1920, mesmo período em que o capitão do exército Luís Carlos Prestes percorreu de 1925 a 1927 vários Estados com um grupo de quase 5 mil homens, também combatendo os vícios da Velha República.
Golpe houve quando, em 1930, Getúlio Vargas comandando os civis e os generais Góes Monteiro e Eurico Gaspar Dutra, os militares afastaram do poder o presidente Washington Luís e o candidato já eleito para substituí-lo, Júlio Prestes. Em ato contínuo, deram posse a Getúlio Vargas como chefe do governo provisório.
Tentativa de contragolpe foi em 1932, na Revolução Constitucionalista. E em 1935, na Revolução Comunista ou Intentona Comunista, também contra o governo provisório recém-instituído.
Em 1937 quando Getúlio Vargas Outorgou a Constituição Polaca fechando o Congresso, o judiciário e toda imprensa até 1945, onde todas as liberdades foram cerceadas quando as forças armadas derrubaram o ditador Getúlio Vargas, embalados pelo sopro da liberdade originário da vitória aliada contra o nipo-nazi-fascismo.
Golpe foi em 1954, quando as Forças Armadas se posicionaram contra o governo Getúlio Vargas, eleito em 1950, cheio de corrupção e outros crimes, e deram o ultimato para a sua renúncia. Este, por sua vez, não aceitando a condição imposta, preferiu dar um tiro no coração.
Golpe também foi o de 1964 quando as Forças Armadas, com apoio dos civis e ameaçadas pelo governo de esquerda que queriam implantar a ditadura do proletariado no país, então reagiram e em 24 horas assumiram o poder no Brasil com apoio explícito da maioria dos civis.
Finalmente, como se pode ver, as Forças Armadas sempre estiveram presente durante as crises institucionais. Como justificar a de tentativa de golpe em 8 de Janeiro sem a presença de soldados das Forças Armadas e de qualquer tipo de arma!? Quanto a tentativa de golpe do ex presidente Bolsonaro é tão ridícula que dispensa comentário ou defesa.
GOD SAVE BRAZIL
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TURISMO - 19/12/2024