João Pessoa, 15 de fevereiro de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A presidente Dilma Rousseff recebeu no final da tarde desta quarta (15), no Palácio do Planalto, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD.
A reunião, que durou cerca de 40 minutos, não constava das agendas oficiais de Dilma e de Kassab. Por volta das 18h, o Planalto atualizou a agenda do dia da presidente, incluindo o encontro com o prefeito, que se iniciou às 17h30.
Kassab negocia a participação do PSD na chapa do ex-ministro Fernando Haddad, pré-candidato do PT à Prefeitura de São Paulo.
Ao deixar o encontro, o prefeito foi perguntado se havia discutido com a presidente a formação de uma aliança entre PT e PSD para a eleição municipal de São Paulo.
"Evidente que não. Seria até uma desconsideração com a presidente. Estou aqui como prefeito e não como líder partidário", declarou.
Segundo Kassab, o principal assunto tratado na audiência foi a dívida da cidade de São Paulo com o governo federal, que atualmente soma R$ 40 bilhões e compromete 13% das receitas do município.
“A questão da dívida tem sido debatida e estudada entre a Secretaria de Finanças da Prefeitura de São Paulo e o Ministério da Fazenda. A presidenta nos afirmou que está muito motivada em encontrar uma solução para a questão, um encaminhamento que possa ser adequado para os interesses da cidade e do país e afirmou que em breve vai nos apresentar uma linha de ação”, afirmou Kassab.
Na última sexta-feira, o prefeito esteve em Brasília, como convidado no evento que comemorou os 32 anos do PT. A presidente Dilma e 17 ministros compareceram. Lideranças petistas defenderam uma aliança com o PSD em São Paulo. O público presente à festa vaiou Kassab.
Serra
Quanto a uma possível entrada do tucano José Serra na disputa pela Prefeitura de São Paulo, Kassab disse preferir aguardar.
“Qualquer que seja nossa decisão, que sejamos respeitados. […] O processo sucessório em São Paulo está se iniciando. Então, todos sabem a relação que existe entre o PSD e o PT e da nossa condição como prefeito. O que nós queremos em São Paulo é abraçar o melhor projeto para a cidade e não para o partido”, afirmou.
Ele negou que esteja em um “namoro duplo” com PT e PSDB. “Nada impede o PT de ter conosco, onde existem circunstâncias, a melhor relação possível nas eleições municipais", declarou. O prefeito disse ainda que as declarações de Haddad [sobre as negociações para a disputa eleitoral] têm sido “adequadas”.
Expo Mundial
Outro assunto abordado no encontro, segundo o prefeito, foi a candidatura de São Paulo para sediar a Expo Mundial de 2020.
A feira é considerada a terceira mais importante do mundo nos campos econômico e cultural, atrás apenas da Copa do Mundo de Futebol e das Olimpíadas. A capital paulista concorre com outras quatro cidades.
Segundo Kassab, ele relatou para Dilma a viagem de delegação de São Paulo à França, onde foi lançada a candidatura da cidade.
Convite
No encontro com Dilma, o prefeito disse que aproveitou para convidar a presidente para participar do carnaval de São Paulo, onde, relatou, seria preparado um camarote para recebê-la.
Dilma agradeceu o convite, segundo Kassab, mas disse que não deverá comparecer. Ela passará o feriado de carnaval na base naval de Aratu, em Salvador, segundo informou a assessoria do Planalto.
O prefeito afirmou que a audiência foi pedida há "algum tempo" por ele. Em relação ao fato de não constar da agenda oficial disse: "Eu deixo a critério da presidente colocar na agenda ou não".
G1
ENTREVISTA NA HORA H - 27/11/2024