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Carlos Antônio Aranha de Macedo chega nesta segunda-feira, aos 78 anos. A primeira vez que o vi foi no Teatro Santa Roza, em 1977, num show de Gilberto Gil. Naquela época ele era jornalista e produtor. Daqui a dois anos, Aranha fará 80 anos.
Fui procurá-lo no Facebook e não achei alguma postagem – só compartilhadas pelos amigos, com registros antigos, mas nem todos os amigos do Facebook, são amigos de verdade.
No perfil está escrito estudou Psicologia e Direito. “Não terminei os dois”
Aranha hoje está no abrigo Center Vida, no bairro dos Estados.
Quando ele nunca teve, tinha um texto primoroso, num português de impressionar.
Nunca foi aquele rapaz de feições gregas, não. Linhas riscadas, mãos envelhecidas e o coração que às vezes dava sinal de perigo.
O tempo não lhe tira a linha. Ivone Pelo Telefone, Giramundo, que continua girando.
Aranha há muito se isolou, como se o mundo pudesse dissipar-se ou deixar apenas uma lembrança do rapaz de Cruz das Armas
Escreveu muito, Essas Coisas, sabe? Morou no Rio, quis ser artista, gravou um disco de uma faixa só – “A Sociedade dos Poetas Putos”
A pele desses sonhos começou a rasgar, como as ilusões que depressa azedam, sem se quer aprendermos a dar cabo nelas.
Aranha é autor do livro “Nós an insight”
De toda a ênfase, Carlos Aranha fez seu nome e chegará anos luz, longe da inércia, da espécie, no aguardo do momento em que a luz
seja o suficiente para qualquer tempestade.
Parabéns, Cal!
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OPINIÃO - 22/11/2024