João Pessoa, 19 de março de 2024 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Rico era o Pessoa, o Rosa, Drummond…
Não sei quantos pares de sapatos teve o poeta Carlos Drummond de Andrade e se houve desgaste, já justificava que levassem mais umas meias solas.
Habituei-me a não sonhar milionário com o sorteio de uma loteria e nem sei o que faria de ganhasse 50 milhões, apesar dos dez reais que possa ter investido em apostas. Meu filho sempre diz – “pai, não jogue, isso é ilusão”
De forma que menos ainda esperei por herança, a que meu pai deixou foi a educação, não sei de onde e que, por princípio, não sei não, mas “não me amarra dinheiro”. Não nasci para ser milionário.
Fico ainda mais hesitante do que receoso, com a vida, com os amigos, a mão estendida, como se meu destino fosse ser uma onça, não o amigo dela, como desejou e escreveu Alberto Mussa em seu livro, que não trata de dinheiro, mas do mito tupinambá.
Nunca imagino o que me poderia vir a me oferecer, férias longas de sonhos nos antípodas, até aos eficazes e únicos passeios públicos capazes de fazer renascer na sortuda cidade onde nasceu o poeta de “Passos da Cruz” (1916) “Há um poeta em mim que Deus me disse…”
Perguntas simples para respostas bobas, até de forma surpreendente: não responderia a nada e, havendo perguntas, só estaria reservado a iniciativa de ficar em silêncio. O que você faria se só tivesse um dia?
Temo uma qualquer intromissão, uma usurpação, uma apropriação indevida de identidade, isso sim.
Rico era o Pessoa, o Rosa, Drummond…
Tanto tempo depois, tantos sapatos, a brilhar com a graxa aplicada e os calcanhares enquanto os pés se não habituam à novidade e ao novo feitio que a forma desenhara. E não há tempo a perder.
Kapetadas
1 – Tempo é dinheiro. Mas, o tempo atual, é pindaíba.
2 – Comunicado paroquial: convidamos a todos para unir-se em oração pedindo a graça de uma frente fria. O poder da intercessão atuará.
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OPINIÃO - 22/11/2024