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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Rios, lírios e o sentimento do mundo

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publicado em 19/03/2024 ás 07h00
atualizado em 19/03/2024 ás 07h42

Rico era o Pessoa, o Rosa, Drummond…

Não sei quantos pares de sapatos teve o poeta Carlos Drummond de Andrade e se houve desgaste, já justificava que levassem mais umas meias solas.

Habituei-me a não sonhar milionário com o sorteio de uma loteria e nem sei o que faria de ganhasse 50 milhões, apesar dos dez reais que possa ter investido em apostas.  Meu filho sempre diz – “pai, não jogue, isso é ilusão”

De forma que menos ainda esperei por herança, a que meu pai deixou foi a educação, não sei de onde e que, por princípio, não sei não, mas “não me amarra dinheiro”. Não nasci para ser milionário.

Fico ainda mais hesitante do que receoso, com a vida, com os amigos,  a mão estendida, como se meu destino fosse ser uma onça, não o amigo dela, como desejou e escreveu Alberto Mussa em seu livro, que não trata de dinheiro, mas do mito tupinambá.

Nunca imagino o que me poderia vir a me oferecer, férias longas de sonhos nos antípodas, até aos eficazes e únicos passeios públicos capazes de fazer renascer na sortuda cidade onde nasceu o poeta de “Passos da Cruz” (1916) “Há um poeta em mim que Deus me disse…”

Perguntas simples para respostas bobas, até de forma surpreendente: não responderia a nada e, havendo perguntas, só estaria reservado a iniciativa de ficar em silêncio. O que você faria se só tivesse um dia?

Temo uma qualquer intromissão, uma usurpação, uma apropriação indevida de identidade, isso sim.

Rico era o Pessoa, o Rosa, Drummond…

Tanto tempo depois, tantos sapatos, a brilhar com a graxa aplicada e os calcanhares enquanto os pés se não habituam à novidade e ao novo feitio que a forma desenhara. E não há tempo a perder.

Kapetadas

1 – Tempo é dinheiro. Mas, o tempo atual, é pindaíba.

2 – Comunicado paroquial: convidamos a todos para unir-se em oração pedindo a graça de uma frente fria. O poder da intercessão atuará.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB