João Pessoa, 15 de fevereiro de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Cerca de 3,3 mil mulheres donas de pequenos negócios estão contribuindo para dar um impulso significativo na economia da Capital paraibana. Responsáveis por movimentar mensalmente R$ 6,6 milhões, as empresárias, que até pouco tempo eram informais, têm um faturamento médio individual de R$ 2 mil, o equivalente a mais de três salários mínimos. Este ano, as empreendedoras devem ter uma receita média de R$ 80 milhões só em João Pessoa.
Elas são donas de lanchonetes, armarinhos, cabeleireiras, doceiras, esteticistas, entre outras 471 atividades econômicas que podem ser formalizadas como Empreendedor Individual (EI). Juntos, estes empresários (homens e mulheres) já somam, só na Paraíba, 26,3 mil empreendimentos. Em todo o Estado, o número de mulheres empreendedoras individuais é de 10,3 mil.
Os dados fazem parte de pesquisa pioneira realizada pelo Sebrae Paraíba entre dezembro de 2011 e janeiro de 2012 com empreendedores individuais (uma nova categoria empresarial, com faturamento anual de até R$60 mil). A pesquisa reforça as informações em relação ao perfil empreendedor das paraibanas, que estão cada vez mais investindo no próprio negócio para aumentar a renda familiar, estimulando a vocação e o crescimento profissional.
A gestora estadual do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, Maria José Menezes, destacou que as mulheres têm características distintas do homens quando o assunto é empreendedorismo. “Elas estão buscando cada vez mais espaços com potencial de sucesso, em que já são percebidas as demandas e a necessidade do serviço. São focadas e perseverantes, o que contribui para o resultado dos empreendimentos”, destacou.
Maria José acrescentou que a Paraíba tem se destacado nacionalmente na esfera do empreendedorismo feminino. “Das oito edições do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, as paraibanas já ganharam dois troféus ouro, três prata e três bronze na etapa nacional. Estamos torcendo para que as histórias vencedoras da etapa estadual, que serão conhecidas no dia 28 de fevereiro, participem mais uma vez da etapa nacional”, disse a gestora do Prêmio. Na próxima edição do concurso, que abre inscrições em abril, as empreendedoras individuais também poderão participar.
Formalização abre portas – Cabeleireira há 12 anos, Elis Regina Martins ingressou para categoria de empreendedor individual há um ano. Para ela, a formalização está abrindo portas e permitindo o seu crescimento profissional. “Sempre trabalhei por conta própria e estive em busca da minha independência financeira. Com a formalização, posso ter crédito no mercado, ter mais acesso aos fornecedores, além de ter benefícios trabalhistas. Hoje posso dizer que sou realmente uma empresária”, disse a cabeleireira.
A pesquisa revela ainda que os homens têm faturamento superior ao das mulheres. Enquanto elas faturam uma média de 2.008,40 por mês, eles têm receita de R$ 2.194,24, uma diferença de 8.5%. Os dados reforçam informações de outras pesquisas em que o homem aparece na frente quando o assunto é rendimentos.
A análise identificou que 41,2% dos pesquisados relataram aumento no faturamento após a formalização. Destes, 83,6% atribuíram este crescimento ao fato de terem decidido se formalizar. Um pequeno percentual – 5,1% – relatou redução no faturamento após se formalizarem como empreendedor individual. Deste, 72,2% não acreditam que a formalização contribuiu para diminuição da receita.
Assessoria
OPINIÃO - 06/11/2024