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Ronickson Pimentel dos Santos, irmão de Eloá Pimentel, definiu Lindemberg Alves, acusado de matar sua irmã em 2008, como "louco", "vingativo" e "extremamente agressivo". Nas palavras de Ronickson, que foi ouvido durante o julgamento do caso na manhã desta terça-feira (14), o réu é um "monstro". Ronickson foi o primeiro a ser interrogado nesta manhã, segundo dia de julgamento.
Os trabalhos do tribunal do júri foram retomados por volta das 9h30. Lindemberg passou a noite desta segunda-feira (13) no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo.
O júri presidido pela juíza Milena Dias ocorre mais de três anos após um dos sequestros mais longos do país – cerca de cem horas – acompanhado ao vivo pela TV, que terminou com a morte da estudante, com 15 anos à época.
"Ele é um monstro, um louco, agressivo", reforçou Ronickson em seu depoimento. Após dizer isso, o irmão de Eloá encarou Lindemberg, que abaixou a cabeça.
Ronickson falou por cerca de uma hora ao tribunal do júri – ele chorou três vezes. O irmão de Eloá se emocionou ao lembrar da doação de órgãos da irmã – que ele definiu como uma "atitude muita linda" de sua mãe -, ao dizer que sua família está se reconstruindo e ao relatar que o irmão caçula, Everton Douglas, se sente culpado por ter apresentado Eloá a Lindemberg, de quem era amigo à epoca.
Por diversas vezes ao longo de sua fala, Ronickson encarou o réu, que abaixava a cabeça sem esboçar reação. O irmão de Eloá disse ainda que ela chegou a reclamar uma vez que havia apanhado de Lindemberg. Ronickson questionou o namorado da irmã na época, que negou tudo. Segundo ele, a irmã vivia triste. "Ele era agressivo, sempre arrumava brigas por futebol", disse.
Ronickson classificou a morte de Eloá como uma "traição" de Lindemberg em relação à família da vítima, que sempre o tratava como um filho. "O que ele fez foi uma traição". “Lindemberg tirou todos os sonhos da Eloá. E o que ela mais queria era ser veterinária”, completou.
O advogado Thiago Pinheiro, que defende o pai de Eloá, Everaldo Pereira dos Santos, disse durante o depoimento de Ronickson que seu cliente afirmou que o tiro na virilha da vítima era um disparo simbólico. "O tiro eu não sei se foi simbólico, mas foi para matar”, respondeu Ronickson.
O assistente da acusação, José Beraldo, também interveio durante o depoimento do irmão de Eloá. "Olha para os olhos dele e diga se Lindemberg se mataria”. “Não. Ele não se mataria”, respondeu Ronickson.
Após o depoimento de Ronickson, o tribunal do júri começou a ouvir as testemunhas de defesa. A primeira a falar é o advogado Marcos Assumpção Cabello, o primeiro a ser contratado pela família do réu para acompanhar as negociações com a Polícia Militar durante o sequestro de Eloá, em outubro de 2008.
G1
OPINIÃO - 22/11/2024