João Pessoa, 24 de março de 2024 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Ouvi passos e nada entendi. Abri a porta do celeiro e encontrei as galinhas mortas, ovos craquelados pelo chão. Abri a tela do celular e perguntei ao Chat GPT o que poderia ser. O sinal estava fraco, a internet na fazenda não satisfaz. Os homens do mundo nada fizeram pela mola mestra atual, não temos internet via satélite da Tesla ou da Apple, falando em Apple as maçãs ainda verdes estavam todas mordidas, fazia frio e era época de colheita, mas tudo estava devastado. O chat GPT insistia em ataques dos Javalis, eu pensei, ponderei meus pensamentos e me dirigi à sala para analisar a tragédia daquela madrugada. Javalis vem em manadas como os elefantes, são destruidores e barulhentos, não havia de ser esse tipo de ataque. Raposas por aqui não existem mais desde 1932, o capitão J. A. carinhosamente chamado de Papai Velho, aniquilou as raposas da região em 1912. Só restava um inimigo, pois até os paquidermes assombrosos estavam descartados, paquidermes são extremamente barulhentos e violentos, portando restaram as criaturas rastejantes! E me meti por entre o mato para procurar uma cobra dessas tipo sucuri ou anaconda mesmo. Encontrei fácil o bichano feioso e brilhoso repousando o farto banquete. Uma cena grotesca ver todas as galinhas empanadas no couro de cobra, parecia uma aberração da Natureza, dei de cara com caroços gigantes sendo deglutidos naquela imensidão de bicho. Pensei no instinto animal e deixei o bicho em paz. Talvez o culpado tenha sido eu mesmo. Me lembrei dos ensinamentos do meu avô que dizia que três animais sagrados não se matam: o gato, a abelha e a cobra! Me lembrei mais ainda das três coisas mais importantes na vida que ele fazia questão de afirmar: humildade de não sentir superior a ninguém. A coragem para enfrentar qualquer situação. A sabedoria para ficar quieto diante da estupidez de certas pessoas e fatalidades da Natureza. Voltei pra casa planejando o recomeço racionalmente.
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