João Pessoa, 13 de fevereiro de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A Assembleia Geral da ONU vai discutir nesta segunda-feira uma nova resolução da Liga Árabe para a Síria. O chanceler russo, Sergei Lavrov, deu indícios de que está disposto a negociar e disse estar estudando o plano de paz. A Liga propõe uma ação conjunta com a ONU, com envio de tropas, e o diálogo com a oposição ao presidente Bashar al-Assad. Damasco rejeitou a proposta.
— Deve haver um diálogo político compreensivo que satisfaça o povo sírio — disse Lavrov, lembrando que só apoiará a resolução com o consentimento de Damasco.
Segundo Lavrov, Moscou está estudando a proposta conjunta da ONU e da Liga Árabe, mas precisa de mais detalhes sobre o plano. O chanceler fez mais um apelo por um cessar-fogo de ambas partes, tanto dos opositores quanto do regime.
— Em primeiro lugar, para deslocar uma força de paz, é necessária a autorização da parte que a receberá. Em segundo, para poder enviar uma missão para manutenção da paz, tem que haver paz. Ou seja, é preciso um cessar-fogo — disse Lavrov, lembrando que uma trégua seria muito difícil, já que a oposição “não obedece a ninguém”.
A resolução elaborada no Cairo fala em "abrir canais de comunicação com a oposição síria e fornecer todas as formas de apoio político e material para ela", e pede unidade para a oposição síria, além de reforçar a necessidade de novas sanções econômicas contra Damasco. O enviado sírio ao Cairo, Yusuf Ahmed, disse que o plano “é reflexo da histeria desses governos”.
Com a proximidade da reunião na Assembleia Geral, países já começaram a se manifestar sobre a resolução da Liga Árabe. O ministro de do Exterior britânico, William Hague, parabenizou a decisão do órgão e disse que terá discussões urgentes com os embaixadores árabes. Para o chanceler, a missão de paz deve ser composta apenas por militares árabes.
— Uma missão assim pode ter um papel importante em salvar vidas, com o fim da violência do regime Assad contra civis, o abandono do uso da força e um cessar-fogo de credibilidade — afirmou Hague.
Enquanto isso em Homs, o bombardeio continua. Segundo testemunhas os ataques, que começaram no último dia 3, foram retomados pela manhã. Ativistas denunciaram a morte de mais de 20 pessoas na cidade no domingo.
O Globo
OPINIÃO - 06/11/2024