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Grammy homenageia Whitney Houston e consagra Adele

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publicado em 13/02/2012 ás 08h49

Numa entrevista na entrada do Staple Center, o ator, rapper e apresentador LL Cool J dizia que o Grammy de 2012 tentaria respeitosamente homenagear Whitney Houston, morta na véspera, sem deixar que a tristeza do ocorrido ofuscasse a principal razão da festa: celebrar a música. Foi assim, assombrada pela perda de uma das suas mais premiadas cantoras, mas tentando fazer o show continuar, que a cerimônia promovida pela indústria fonográfica americana consagrou uma outra intérprete: Adele. A cantora britânica ganhou os seis prêmios a que concorria, entre eles gravação do ano e disco do ano. Ela também foi aplaudida de pé pela redentora interpretação de "Rolling in the deep" – que vendeu quase seis milhões de cópias em 2011 – comprovando estar recuperada dos recentes problemas na garganta. O Foo Fighters ganhou cinco prêmios (entre eles, performance de rock por "Walk") numa noite que teveTom Jobim homenageado com um prêmio honorário e que foi encerrada com Paul McCartney lembrando os Beatles.
 

Nova estrela das pistas americanas, o DJ Skrillex, de 24 anos, ganhou os prêmios de melhor gravação dance, melhor disco de eletrônica e melhor remix, não exibidos na transmissão pela TV.

Mas Chris Brown, Lil Wayne, David Guetta, Foo Fighters, e Deadmau5 (com sua cabeça de rato) foram ao ar, com uma apresentação conjunta, numa tenda fora do teatro, comprovando a chegada da eletrônica ao mainstream e o consequente interesse da indústria pelo gênero.

A transmissão foi aberta por Bruce Springsteen e sua E Street Band (incluindo Steve Van Zand, o Silvio Dante, de “Os Sopranos”), com "We take care of our own", aplaudido por Paul McCartney numa das primeiras filas. Em seguida, o mestre de cerimônias LL Cool J subiu ao palco e fez a a primeira homenagem da noite a Whitney. "Tivemos uma morte em nossa família Grammy e o que podemos fazer agora é pedir um momento de prece para quem se foi", disse ele, silenciando por alguns arrepiantes segundos todo o auditório. Depois, exibiu um vídeo com a diva em esplendorosa interpretação de "I will always love you".

Concorrente a álbum do ano, Bruno Mars, o topetudo cantor havaiano, que mistura rock e soul, fez uma energética interpretação de "Runaway baby", mas não pareceu muito feliz quando foi anunciado que Adele era a vencedora da melhor performance pop solo por "Someone like you". Ao receber a primeira estatueta da série, ela agradeceu aos medicos. "Eles me deram minha voz de volta". Antes, Alicia Keys e Bonnie Raitt fizeram uma homenagem a Etta James cantando "A sunday kind of love".

Ex-namorado e agressor de Rihanna, Chris Brown surgiu mais techno do que hip hop ou r&b, dançando sobre cubos num medley que incluiu "Look at me now". Depois, Fergie e Marc Anthony apresentaram o prêmio de melhor performance de rap, que foi para Jay Z e Kanye West por "Otis", ambos ausentes da cerimônia – West, dizem, porque foi excluído das principais premiações e por não ter sido escalado para se apresentar no evento.

Elogiado por Jack Black, que chamou o grupo de "o único capaz de encarar o Grammy no olho e ainda manter suas credenciais indie", o Foo Fighters deixou para trás Radiohead e Coldplay na categoria performance de rock. No agradecimento pelo prêmio, Dave Grohl elogiou as imperfeições inerentes à criação musical. O cruzamento de Rihanna com o Coldplay começou com a cantora, de mechas louras, interpretando a eletrônica "We found love", seguida por "Princess of China", já com Chris Martin, monótono, ao violão. A banda finalizou o morno encontro com "Paradise".

Um dos momentos mais esperados da noite, a homenagem aos 50 anos dos Beach Boys começou com o Maroon 5 afogando “Surfer girl" e depois com o Foster The People magoando "Wouldn´t it be nice". Felizmente, o lendário grupo surgiu em cena, com "Good vibrations", trazendo Brian Wilson nos vocais e piano. Focalizada no meio do show, Lagy Gaga, de máscara e cetro, parecia um peixe fora d´água.

Stevie Wonder também saudou Whitney e apresentou "a lenda" Paul McCartney. Acompanhado por Diana Krall no piano e Joe Walsh (ex-Eagles) no violão, o ex-Beatle exibiu "My valentine", uma das duas músicas novas que compôs para o disco de standards "Kisses on the bottom". Na apresentação de melhor disco de R&B, Common fez justiça e lembrou o poeta e precursor do rap, Gil Scott-Heron, morto recentemente. Depois entregou a estatueta ao polêmico Chris Brown que agradeceu a Deus por "F.A.M.E.". Bon Iver pareceu mais verdadeiro, quando se declarou "desconfortável" com o prêmio de artista revelação. Depois de alfinetar o comercialismo do Grammy ("Sempre fiz música por prazer", afirmou), ele agradeceu a todos em Wisconsin.

Acompanhanda apenas por um piano, Jennifer Houston, que havia chorado nos ensaios, foi firme na principal homenagem da noite a Whitney Houston, cantando com emoção "I will always love you". Mais radical, Nicki Minaj brincou com exorcismo e religião antes do funk provocativo de "Roman holiday". Equilibrando a balança, Paul voltou ao palco após a última premiação de Adele, encerrando a noite com um medley dos Beatles, acompanhado por Springsteen, Walsh e Grohl, todos compartilhando solos de guitarra, à moda antiga, em 2012.

O Globo

 

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