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CASO ELOÁ

Acusado de matar Eloá chega a fórum para julgamento

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publicado em 13/02/2012 ás 08h22

Lindemberg Alves, acusado da morte da adolescente Eloá Pimentel em 2008, chegou por volta das 8h10 desta segunda-feira (13) ao Fórum de Santo André, no ABC, onde será julgado. O julgamento está previsto para começar às 9h. Lindemberg saiu pouco antes das 6h30 da Penitenciária II de Tremembé, no interior de São Paulo, onde está preso.

A advogada de Lindemberg disse que seu cliente falará pela primeira vez sobre o caso no julgamento. O acusado se manteve em silêncio em todas as vezes que foi chamado a prestar depoimento. No julgamento, ele também poderia ficar calado.

“Ele vai falar, ele vai dar a versão dele do que aconteceu”, afirmou Ana Lúcia Assad, que disse que novas provas podem mudar os rumos do processo. “Toda história tem no mínimo duas versões", disse a advogada. Ela afirma que juntou novas provas ao processo, mas não as revela. Questionada se as provas mudam a versão sobre o caso, ela respondeu: "Digamos que parcialmente sim." A advogada chegou ao Fórum pouco depois de seu cliente, e não falou com os jornalistas.

Lindemberg deixou, por volta das 6h20, o presídio de Tremembé 2, em direção ao Fórum de Santo André. O veículo em que ele estava foi escoltado por seis policiais que seguem em dois carros da Polícia Militar.

Pouco depois da chegada de Lindemberg, também chegaram ao fórum uma das testemunhas de acusação, Iago Vilera, que estava no apartamento de Eloá quando o acusado chegou e foi feito refém por algumas horas. Ele não falou com a imprensa.

Além desse crime, o réu responde por duas tentativas de homicídio (contra Nayara Rodrigues da Silva, baleada no rosto, e o sargento da Polícia Militar Atos Antonio Valeriano, que escapou de um tiro); cárcere privado (de Eloá, Victor Lopes de Campos, Iago Vilera de Oliveira e duas vezes de Nayara) e disparo de arma de fogo (foram quatro) praticados entre os dias 13 e 17 de outubro de 2008 dentro do apartamento onde Eloá morava, no segundo andar de um bloco da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) no Jardim Santo André.
No presídio, que fica a cerca de 140 km da capital, Lindemberg trabalha para uma fábrica que produz peças para boxes de banheiro. Ele participa de grupos de oração e costuma ler bastante. Na madrugada, algumas pessoas já aguardavam na frente ao Fórum para assistir ao julgamento. Cerca de 170 senhas serão distribuídas para o público.

O julgamento de Lindemberg está marcado para iniciar às 9h e deve durar três dias, segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Ao todo, foram arroladas 19 testemunhas para prestarem depoimentos, que poderão ser gravados pela Justiça. Pela lei, as testemunhas que moram fora de Santo André não precisam comparecer. Mais de 180 pessoas deverão assistir ao júri na plateia, entre parentes do réu, familiares das vítimas, público interessado que adquiriu senhas, membros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), estudantes de direito, magistrados do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) e jornalistas (serão cerca de 50 profissionais). A segurança em torno do fórum será reforçada pela PM para garantir a integridade física das pessoas que participarão do júri. Estão sendo aguardados eventuais protestos do lado de fora do prédio.

Depois será feito o interrogatório de Lindemberg, que está preso preventivamente na Penitenciária de Tremembé, no interior de SP, à espera do júri. Quando foi preso pela PM, ele nunca falou oficialmente sobre o desfecho do sequestro na delegacia, na reconstituição e na audiência de instrução na Justiça. Terá de comparecer agora ao fórum, mas tem o direito continuar em silêncio se quiser e não responder a nenhuma pergunta.

Sete jurados vão votar secretamente e decidir se o acusado é culpado ou inocente. Em seguida, a juíza Milena Dias, que presidirá o júri, contará os votos e dará a sentença de condenação ou absolvição do réu. Segundo o Ministério Público, responsável pela denúncia, se Lindemberg for condenado por todos os crimes atribuídos a ele, a pena mínima poderá ser de 50 anos e a máxima de 100 anos de reclusão. Pela legislação do país, no entanto, ninguém pode ficar preso a mais de 30 anos.

G1

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