João Pessoa, 12 de fevereiro de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Depois da reunião da tarde deste sábado, os policiais militares da Bahia decidiram encerrar a greve que completou 12 dias. A assembleia foi realizada no Sindicato dos Bancários, em Salvador.
Durante a greve, pelo menos 160 pessoas foram mortas em Salvador e na Região Metropolitana. A média foi de 14 assassinatos por dia. Forças federais foram acionadas para fazer o policiamento. Aos poucos, o movimento foi perdendo força, principalmente nas cidades do interior, mas faltava ainda a decisão dos PMs da capital.
O grupo que participou do encontro havia insistido na manutenção da greve mesmo após desocupação da Assembleia Legislativa e da convocação oficial do governo do estado para o retorno imediato ao trabalho. Segundo informações da PM, aproximadamente 300 pessoas, entre policiais e familiares, estavam na reunião.
Na sexta-feira, a atitude do comandante da Polícia Militar do estado, coronel Alfredo Castro, de "decretar" o fim da greve os policiais e dar um ultimato para que eles retornem ao trabalho sob pena da ausência ser punida "com o rigor da lei", causou insatisfação e a paralisação foi mantida.
A manhã deste sábado foi tranquila e com movimento das ruas voltando à normalidade na capital baiana. Tropas do Exército continuavam circulando pelas ruas centrais e na orla de Salvador para complementar o efetivo dos PMs que ainda estão parados.
O arrombamento de uma tradicional loja de artigos esportivos no centro de Itabuna, de onde os ladrões levaram cerca de R$ 2 mil em mercadorias, quebrou a aparente normalidade e deixou os comerciantes da cidade ainda mais apreensivos e cautelosos em relação ao esvaziamento da greve da PM. No município, o sindicato da categoria estima uma queda de movimento no comércio de 50%, a mesma registrada na vizinha cidade de Ilhéus.
O início do ano letivo nas escolas da rede municipal de ensino das duas cidades foi remarcado para esta segunda-feira.
Segundo informações da Polícia Civil, os assaltos, arrombamentos e roubos estão dentro da normalidade nas duas cidades:
– Nós paramos, mas os serviços essenciais e o setor administrativo continuam trabalhando, por isso podemos voltar ao trabalho a qualquer momento, basta que o governo volte a dialogar, respeite e valorize as forças de segurança do estado – diz o dirigente da Associação dos Policiais, Bombeiros e seus Familiares (Aspra) em Ilhéus, Augusto Leite de Araújo Júnior.
Em Itabuna, os oficiais estão saindo para policiar as ruas, ao lado do contingente da Força Nacional de Segurança, que vai permanecer na cidade mesmo depois do encerramento da greve, até que o policiamento ostensivo da PM volte à normalidade na região.
O Globo
OPINIÃO - 06/11/2024