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Marcos Pires é advogado, contador de causos e criador do Bloco Baratona. E-mail: [email protected]

Azeite senhora avó

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publicado em 06/04/2024 ás 07h00
atualizado em 05/04/2024 ás 18h33

Vou começar dizendo que o azeite tem na sua composição gorduras monoinsaturadas. Esse quase palavrão faz com que as nossas taxas de HDL subam e sirvam para desentupir nossas veias, foi o que eu entendi. Se é assim, maravilha. Melhor ainda; o azeite tem propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, o que retarda o envelhecimento. Estudos apontam que o alto consumo de azeite está associado a riscos mais baixos de câncer, doenças cardiovasculares e neurodegenerativas.

Essa pesquisa qualquer um pode fazer no Google. Porém o meu nadismo me levou além. Há um livro do jornalista Tom Mueller muito bom sobre o tema, porém voltado para a banda escura do azeite; a falsificação. Para que vocês tenham uma ideia do tamanho do crime, descobri que o Brasil é o terceiro maior importador mundial de azeite e que aqui ele é o segundo alimento mais fraudado.

E nem adianta apelar para a produção nacional que é excelente, porém muito pequena e por isso mesmo cara. Dou duas dicas; o azeite Sabiá que está na faixa de cem reais por embalagens com 250 ml. O azeite Vertentes está um pouco mais barato, aí uns noventa reais pela mesma quantidade.

O problema da produção do azeite no Brasil é que quando ainda éramos colônia de Portugal a Coroa proibiu a então insipiente indústria, obrigando os brasileiros a consumirem apenas azeite importado de Portugal. E nos acostumamos a essa importação, tanto que hoje em dia mais da metade do azeite que chega aqui vem da terra dos patrícios, se bem que o maior produtor mundial seja a Espanha.

Infelizmente aqui não há espaço para contar as deliciosas histórias dos falsificadores. Porém indico a ingestão de azeite por mais que uns digam ser ele muito calórico (grande besteira, é só aumentar um pouco mais as atividades físicas) ou de difícil identificação na sua origem e pureza. Ora, saibam que o azeite extravirgem tem um nível de acidez que vai até 0,8% e é o top. A seguir vem o azeite virgem, que varia 0,8% a 2% de acidez. Aqui na Paraíba raramente encontramos azeites com acidez menor de 0.3%.

Uma última dica. É muito importante ler o rotulo para saber se o óleo foi extraído e envazado no mesmo lugar; isso diminui muito a chance de falsificação.

Saúde!

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB